São Paulo, domingo, 7 de dezembro de 1997
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"Bicos" se tornam alternativa para quem perde o emprego

CHICO SANTOS
DA SUCURSAL DO RIO

A soldadora Telma Amaral, 38, está há quatro anos desempregada e há dez sem conseguir trabalho na sua especialidade. Demitida, não conseguiu mais nenhuma colocação fixa e passou a viver de trabalhos esporádicos, como fazer faxinas.
Telma vive com a mãe, uma irmã e um sobrinho em um conjunto habitacional no bairro de Paciência (zona oeste do Rio).
A casa, comprada com financiamento da Cehab (Companhia Estadual de Habitação), está com as prestações atrasadas desde que ficou desempregada. Sua renda, mais a da mãe e a da irmã, não passa de dois salários mínimos e meio por mês.
O administrador de empresas Lino Vazquez, 30, vive uma situação de desemprego crônico desde o final de 1995, quando deixou o cargo de assistente de gerência de um frigorífico e foi tentar montar um negócio próprio.
Seu último emprego com carteira assinada terminou em 1992, quando ele foi demitido do Banco Garantia após quatro anos empregado.
O negócio que tentou montar, uma firma de compra, venda e administração de imóveis, também não deu certo. Desde o final do ano passado ele vive "de bico", em geral operações de venda de imóveis.
Filho único, ele vive na casa dos pais, no bairro do Estácio (região central do Rio de Janeiro). "Essa situação está atrapalhando toda a minha vida. É como se o amanhã não existisse, nem financeiramente nem emocionalmente", disse.

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