São Paulo, domingo, 7 de dezembro de 1997
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Como presentear o chefe no amigo-secreto

SUZANA BARELLI
DA REPORTAGEM LOCAL

Há sempre um azarado no sorteio anual de amigo secreto: aquele que tira, simplesmente, o chefe.
Se você está nessa situação, não se desespere nem pense em procurar outro emprego -o que não está fácil. A idéia é tentar se sair bem da situação e, quem sabe, até cair nas graças do chefe.
"Tenho muita pena de quem me tira", diz Charles Rothschild, presidente da Brindes Pombo.
Rothschild adota uma postura séria durante os dias da brincadeira -não escreve nem responde às mensagens nem dá maiores liberdades na hora da entrega do presente. Tudo para manter clara a hierarquia da empresa.
Normalmente, ele ganha um CD de jazz. "Quando a minha secretária vem me sondar sobre o presente, sugiro logo o CD."
E aqui está uma das regras para não se sair mal. Não interessa quem você tirou, respeite o valor estipulado e não avance na poupança para comprar algo para o chefe. O caro pode constranger.
O jogo de cintura também ajuda. Ricardo Montaudon, diretor-geral da RCI Brasil, brincou e pediu uma Ferrari (preço mínimo de R$ 280 mil) neste ano. Mas, na entrega do presente no domingo passado, sua amiga-secreta, Cláudia, da área de vendas, optou por um fusquinha de plástico.
"Ela disse que não tinha dinheiro para comprar nem uma miniatura da Ferrari", diz Montaudon, que também ganhou uma gravata da funcionária.
SOS
Fernando Corbi, gerente de marketing da JD Edward, que desenvolve soft de gestão empresarial, lembra uma história do início da década, quando estava em outra empresa de informática.
O chefe, diz, era muito fechado e quem o tirou lançou um pedido de socorro na caixinha de correspondência. "O departamento se uniu e deu diversas sugestões. O SOS foi parar até no quadro de avisos."
O humor também marca a troca de presentes na Lotus. A empresa organiza, com a assídua colaboração de Carlos Fontenelle, diretor-geral, um inimigo-secreto.
"Para quem come demais, damos uma pizza de plástico; para o sonolento, um travesseiro", exemplifica Cecile Harrison, gerente de recursos humanos.
Se as histórias não o convenceram, saiba que o chefe também falha.
No ano passado, o diretor-geral de uma grande empresa de informática foi deixado por último na entrega do presente. Motivo: ele simplesmente tinha esquecido quem havia sorteado.
No final da brincadeira, o amigo foi identificado: um office-boy recém-contratado.

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