São Paulo, domingo, 7 de dezembro de 1997
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ABCD pode parar na 5ª em protesto

Metalúrgicos lideram ato

CLAUDIA VARELLA
DA AGÊNCIA FOLHA, NO ABCD

Categorias de trabalhadores do ABCD prometem parar na próxima quinta-feira para protestar contra as demissões que estão atingido a região após o anúncio do pacote econômico do governo.
Pelo menos 1.522 trabalhadores foram demitidos nos últimos 30 dias em indústrias da região, como Multibrás, Metal Leve e Kolynos.
A Volkswagen promete demitir 10 mil, se a proposta de redução de 20% na jornada de trabalho e nos rendimentos anuais de seus funcionários não for aceita.
O ato, que está sendo organizado pelo Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, filiado à CUT, deverá acontecer no Paço Municipal de São Bernardo (Grande São Paulo), em horário a ser definido.
O presidente do sindicato, Luiz Marinho, 38, disse ontem que a manifestação deverá reunir não só os metalúrgicos, mas trabalhadores de outros setores, como os químicos, por exemplo, que já confirmaram presença.
A base dos metalúrgicos na região do ABCD reúne, segundo o sindicato, 120 mil trabalhadores. A dos químicos, 32 mil.
O presidente do Sindicato dos Químicos do ABC, Sérgio Novais, 39, disse que, além de protestar contra as demissões, o ato pretende "pressionar" o governo.
"Queremos que o governo abra negociação com os sindicatos para discutir sobre as câmaras setoriais", afirmou Novais, que, junto com Marinho, participava ontem do encontro "Trabalho, Terra e Cidadania", no Ginásio do Ibirapuera, em São Paulo.
Segundo Novais, o sindicato da categoria espera reunir de 6.000 a 8.000 químicos no ato.
No ABCD, existem, segundo ele, 600 empresas químicas, onde trabalham 32 mil pessoas. A maior é a Kolynos, com 1.800 químicos.
Novais disse que, para o ato, vai tentar parar indústrias de três corredores: Piraporinha (Diadema), bairro Demarchi (São Bernardo) e Pólo Petroquímico (Santo André).
"Queremos convencer as empresas a liberar os trabalhadores."

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