São Paulo, domingo, 7 de dezembro de 1997
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Cenário da Copa aponta para o penta

ROGÉRIO SIMÕES e RODRIGO BUENO

ROGÉRIO SIMÕES; RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL

Projeção para o Mundial de 98 mostra final entre a equipe de Zagallo e a Inglaterra, com a França em terceiro

A seis meses do início da Copa de 98, na França, pode-se dizer que há pelo menos dez equipes em condições de chegar à final.
O sorteio que definiu as partidas da primeira fase traçou caminhos que dificultaram a situação de alguns dos candidatos ao título e facilitaram a de outros.
Entre os inúmeros cenários possíveis, existe um, bastante aceitável, que leva o Brasil a disputar o jogo decisivo com a equipe da Inglaterra. No quadro ao lado e nos parágrafos a seguir, você vai conferir esse exercício de fantasia.
O Brasil, reconhecidamente a melhor seleção do mundo, não deve ter dificuldades para terminar a primeira fase à frente do Grupo A, apesar de um empate em 1 a 1 na estréia -é tradição em Copas, desde 1974, a seleção campeã começar titubeante no Mundial.
A Noruega, mesmo derrotada pelo Brasil, já terá se classificado antes do último jogo, com vitórias sobre Escócia e Marrocos.
No Grupo B, a Itália se impõe, mesmo com um tropeço na estréia contra os chilenos, que ficam com a segunda vaga. A Áustria, também cotada para a segunda fase, sucumbe diante dos atacantes Salas e Zamorano, a dupla chilena que encantou nas eliminatórias.
Os favoritos do Grupo C, França e Dinamarca, apenas cumprem a obrigação, ficando à frente de Arábia Saudita e África do Sul.
O Grupo D -aquele que mais sugere equilíbrio- termina com a classificação de Espanha e Nigéria, últimas campeãs olímpicas.
Holanda e Bélgica, no E, passam às oitavas, e o México perde da Coréia do Sul, na primeira vitória dos sul-coreanos em Copas.
No Grupo F, alemães e iugoslavos terminam com sete pontos, empatando no confronto direto. O saldo de gols favorece a Alemanha, primeira colocada. A Inglaterra, no Grupo G, obtém três vitórias. A Colômbia consegue descontar a derrota sofrida em 94 para os romenos e fica com a segunda vaga.
Diante da fragilidade de japoneses e jamaicanos, argentinos e croatas distribuem goleadas. No jogo para definir o líder do Grupo H, Argentina e Croácia empatam, o que favorece os sul-americanos.
Itália e Noruega reeditam duelo de 94 no primeiro jogo das oitavas. Em jogo disputado, devido à eficiente defesa dos times, os italianos conseguem um difícil 1 a 0.
No confronto contra o Chile, o Brasil faz forte marcação sobre Salas e Zamorano e consegue dois gols. Os franceses derrubam o mito da Nigéria, que se mostra um time contagiante, mas vulnerável.
A sempre promissora Dinamarca é eliminada, como em 86, pelos espanhóis. A Holanda pega a Iugoslávia, numa partida de posturas ofensivas. Os holandeses não conseguem segurar o forte ataque iugoslavo e saem derrotados.
Em nova reedição de um confronto de 94, a Alemanha enfrenta a Bélgica e, no seu melhor estilo, vence sem brilhantismo e avança.
A tarefa dos ingleses é mais difícil. A Croácia é dona de um admirável meio-campo, mas a Inglaterra obtém a vitória. A Argentina devolve, contra a Colômbia, a derrota que quase a tirou da Copa de 94.
As quartas-de-final resultam em semifinais com três campeões do mundo, além dos anfitriões. O Brasil passa sem dificuldades pela Espanha. A Argentina supera o ataque iugoslavo. Contra os alemães, a Inglaterra vinga, nos pênaltis, a eliminação na Euro-96.
Os franceses, com o apoio da torcida, despacham a Itália na primeira "morte súbita" em Copa.
Brasil e Argentina, munidos de Ronaldinho e Batistuta, fazem semifinal histórica, com seis gols. Os brasileiros levam nos pênaltis.
Na outra semifinal, a Inglaterra prova que realmente evoluiu. A França se torna vítima da "morte súbita" e acaba em terceiro lugar.
A final reúne dois campeões, Brasil e Inglaterra, e o time de Zagallo mostra o quanto valem os seus talentos individuais.
O Brasil se torna pentacampeão, numa Copa que vê a volta da Inglaterra a uma final, a confirmação da Iugoslávia, a recuperação da Colômbia e a decepção daqueles mais favorecidos pela ampliação para 32 times, os africanos.

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