São Paulo, segunda-feira, 8 de dezembro de 1997
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MEC faz projeto de nova escola

DA AGÊNCIA FOLHA, EM CUIABÁ

O MEC (Ministério da Educação e do Desporto) deve entregar ao Congresso Nacional, até o dia 23, uma proposta inédita de educação escolar indígena, como parte do Plano Nacional de Educação.
Em todo o país, há 63 mil alunos em 1.298 escolas nas aldeias e outros 9.000 alunos indígenas em escolas tradicionais.
As metas para o plano resumem a idéia de uma escola diferente, com respeito às culturas indígenas e ênfase no ensino bilíngue e na formação de professores.
O Conselho Estadual de Educação Indígena do Mato Grosso critica três pontos da proposta: o prazo de dez anos para universalização do ensino de 1ª a 4ª séries, considerado longo; a falta de critérios para a regularização da carreira do professor indígena e a estadualização das escolas indígenas.
Os responsáveis pela proposta argumentam que o prazo de universalização foi definido por causa "das diferentes situações" no país.
Destruição
Pioneiro no estudo da educação escolar indígena na América Latina e membro da Comissão Nacional de Bilinguismo do Paraguai, Bartomeu Meliá, 65, diz que a educação tradicional, oferecida por missões religiosas e órgãos do Estado, destruiu culturas indígenas.
"A intenção da escola era a conversão e a integração do índio à sociedade do branco." Meliá tem 12 livros sobre o tema, incluindo o primeiro editado no Brasil, "Educação Indígena", de 1976.

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