São Paulo, segunda-feira, 8 de dezembro de 1997
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HSBC continuará investindo no Brasil

ANTONIO CARLOS SEIDL
DA REPORTAGEM LOCAL

O novo presidente mundial do HSBC Holdings, controlador do HSBC Bamerindus, John Bond, 56, afirmou que o grupo financeiro britânico manterá seus planos para o Brasil.
"As corajosas medidas fiscais adotadas pelo governo brasileiro devem causar uma desaceleração econômica no ano que vem, mas isso não vai alterar nossos planos porque esse é um investimento para o próximo século."
John Bond, que é atualmente superintendente-geral do HSBC, substituirá, em maio próximo, sir William Purves, 65, que vai se aposentar do comando do grupo HSBC (ativos mundiais de US$ 402 bilhões em dezembro de 1996).
John Bond, que está no HSBC há 36 anos, encerrou anteontem uma viagem de quatro dias ao Brasil, o primeiro país que visitou, entre os 79 nos quais o grupo tem subsidiárias, desde que foi confirmado como novo presidente mundial do HSBC.
Ele disse que o grupo HSBC, que adquiriu o controle do Bamerindus por US$ 960 milhões em março deste ano, vai continuar a investir no Brasil.
No momento, está aplicando cerca de US$ 4 milhões em um novo centro de treinamento em Curitiba, a sede administrativa do HSBC Bamerindus, e no projeto de treinamento, no Brasil e no exterior, de dois mil executivos.
"O Brasil oferece grandes oportunidades, tem um governo corajoso e uma sólida política econômica. Queremos desenvolver nossos negócios no país. Estamos satisfeitos com os progressos feitos nesses primeiros nove meses."
John Bond disse que o grupo HSBC não tem, no momento, "alvos específicos" para novas aquisições no Brasil, mas não descartou interesse na privatização do Banespa.
"Se virmos alguma nova oportunidade, que acreditamos ser de interesse dos nossos acionistas, não hesitaremos em avaliar nossa participação em novos negócios."
Bond afirmou que o grupo HSBC, que "tinha vontade de investir no mercado financeiro brasileiro há 20 anos", quer atingir a liderança entre os bancos do país até o ano 2000.
Para tanto pretende adotar uma estratégia de crescimento gradual baseada na reconquista de clientes (obteve 1,5 milhão de contas desde março), criação de novos produtos, globalização de suas operações e treinamento de seu pessoal.
O HSBC Bamerindus está em sexto lugar entre os maiores bancos do Brasil em termos de ativos totais, de acordo com um ranking preparado pela consultoria especializada Austin Asis.
O HSBC, com ativos de US$ 12,4 bilhões em 31 de dezembro de 1996, fica atrás da Caixa Econômica Federal (US$ 90,8 bilhões), Banco do Brasil (US$ 78,4 bilhões), Bradesco (US$ 33 bilhões), Itaú (US$ 24,9 bilhões) e Unibanco (US$ 23 bilhões).
Segundo a revista "Forbes", dos EUA, o grupo HSBC é o mais lucrativo da história mundial dos bancos, com o lucro líquido de US$ 4,8 bilhões em 1996.
Bond confirmou a demissão de 700 funcionários do ex-Bamerindus, principalmente da área administrativa em São Paulo, que foi transferida para Curitiba.
"Isso faz parte da reorganização administrativa do banco, mas já estamos contratando pelo menos 350 profissionais de vendas para atuar no atendimento e na captação de clientes no nosso novo escritório em São Paulo."

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