São Paulo, segunda-feira, 8 de dezembro de 1997
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ATP estuda regra para evitar caretas

Torneio no Sul serviu de experiência para mudança

FERNANDA PAPA
DA REPORTAGEM LOCAL

Técnicos de tênis poderão não ter mais que fazer caretas e sinais para se comunicarem com seus jogadores durante partidas oficiais, caso a ATP (Associação dos Tenistas Profissionais) aprove uma mudança ainda em experiência.
A alteração foi colocada em prática durante a última semana, em Porto Alegre, na etapa de encerramento da Copa Ericsson.
A competição encerrou um circuito de oito torneios da série challenger (os que menos pontos distribuem aos tenistas no circuito oficial), iniciado em setembro, por países da América Latina.
Na etapa encerrada ontem, com vitória do argentino Franco Squillari sobre o brasileiro Fernando Meligeni (leia texto abaixo), os tenistas puderam jogar, pela primeira vez, com a interferência de seus treinadores na virada dos sets.
"O técnico tem que estar junto ao jogador durante a partida", disse Alex Corretja, número 12 do mundo e presidente do Conselho dos Tenistas da ATP.
Uma outra experiência foi feita, com a extinção da vantagem nos games que chegarem a 40/40 na contagem. Até sexta-feira, nenhuma estatística sobre as mudanças havia sido feita.
"Foram poucos jogos; não deu para sentir por completo o que o fim da vantagem significa. Mas você entra com mais pressão na quadra, e a conversa com o técnico pode ajudar", comentou Meligeni, 26, segundo melhor do país.
Apoio moral
Ricardo Acioly, treinador de Meligeni, diz que a vantagem dessa mudança é o apoio psicológico.
"Nenhum técnico ganha jogo, mas um apoio para levantar a moral é importante. O bom também é que não precisamos apelar para sinais, olhares e gestos.".
A experiência com a presença de técnicos não pôde ser melhor analisada porque nem todos os jogadores, num total de oito, foram a Porto Alegre acompanhados de seus treinadores.
O argentino Franco Squillari, 21, considerado a revelação do evento, foi um dos que levaram seu técnico, Eduardo Infantino.
"Mas ele não entrou nos meus jogos porque achamos que não havia necessidade", disse Squillari.
Cera
Tomas Nydahl, 29, tenista da Suécia, diz acreditar que o tempo pode ser usado como cera.
"É bom para o jogador que está perdendo porque, em três minutos de conversa, o jogador que está na frente pode dar uma esfriada", disse o sueco.
TV
Eduardo Menga, 45, diretor da ATP para a América Latina, afirmou que as televisões são quem mais deve apreciar a proposta das novas regras.
"Os jogos são mais rápidos e dinâmicos, e a presença do técnico é uma participação a mais no jogo, dá mais movimentação", disse.
Segundo ele, um relatório sobre a experiência na Ericsson, contendo opiniões de jogadores, organizadores e emissoras de televisão será levado à ITF (Federação Internacional de Tênis) para que a entidade fique a par do tema.
Para 98, Menga busca mais eventos de formatos diferentes, em que as idéias sejam testadas.
"Foi perfeito porque, sem contar pontos, os jogadores não saíram prejudicados de maneira nenhuma."

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