São Paulo, quarta-feira, 10 de dezembro de 1997
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Extraordinário

Extraordinário
NELSON DE SÁ
da Reportagem Local
_ Um acordo

NELSON DE SÁ
DA REPORTAGEM LOCAL

- Um acordo extraordinário...
Era o ministro do Trabalho de FHC, sobre a redução de salários na indústria de autopeças. FHC, o próprio, foi mais comedido.
- Um esforço bom, da Força Sindical e dos trabalhadores...
E tratou de livrar a própria cara:
- Mas é preciso agora que os empresários também façam um esforço...
Quer dizer, os empresários não teriam feito esforço, até agora. Ou então é só conversa de FHC, como antes.
Como quando prometeu que participaria das negociações, para voltar atrás e deixar o presidente do sindicato dos metalúrgicos do ABC se lamentando, ontem:
- O presidente, lá da Inglaterra, mandou mensagem para o conjunto da sociedade brasileira, de que estaria disposto...
O que FHC quer é a maior distância do conflito capital/trabalho. Nas palavras do próprio, sempre com a referência histórica de Getúlio Vargas:
- (Isso é de) outra época, época de populismo, em que havia participação do governo. Hoje não precisa.
Pode fechar logo o Ministério do Trabalho, que é da "época do populismo". Como está, o ministro interfere, como aconteceu no acordo -e como ele segue buscando, para todos:
- As possibilidades encontradas são as mais promissoras e devem ser estimuladas... Uma negociação extremamente positiva. Espero que outras sejam concluídas no mesmo caminho.
Abriram o caminho, de fato. Salário menor para todos.
*
Chacina de miseráveis nem é manchete mais.
Os quatro "fuzilados" de Madureira, que conviviam com "sobreviventes da chacina da Candelária", não foram sequer mencionados por alguns telejornais.

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