São Paulo, quarta-feira, 10 de dezembro de 1997
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Ladrões provocam acidentes e roubam mais duas mulheres

Eles bateram nos carros das vítimas no Sumaré

DA REPORTAGEM LOCAL

Pelo menos mais duas mulheres foram vítimas anteontem à noite da "gangue da batida", na região da avenida Sumaré (zona noroeste de São Paulo).
A estratégia da gangue é provocar pequenos acidentes de trânsito para assaltar suas vítimas e levá-las a caixas eletrônicos.
A primeira vítima de anteontem foi a desenhista D., 30. Dois assaltantes num Escort bateram na traseira do Gol dela, às 22h, no final da avenida Sumaré, quando D. voltava de uma aula de ginástica.
D. diz que já havia ouvido falar na gangue da batida. "Eu não iria parar. Mas, não sei porque, acabei parando um pouco mais à frente."
Os dois homens obrigaram a desenhista a entrar no banco do passageiro do Gol e a levaram para um caixa eletrônico. O Escort foi abandonado na avenida.
Os bandidos roubaram R$ 100 da bolsa de D. e sacaram R$ 500. Em seguida, numa rua paralela à avenida Sumaré, bateram no Corsa de outra mulher, também sozinha.
A motorista do Corsa desceu e foi rendida pelos dois assaltantes. Eles, então, jogaram a chave do Gol de D. no meio da rua e foram embora com a outra mulher. D. afirma não ter sido agredida.
Um levantamento parcial, feito por policiais do Depatri (Departamento de Investigações sobre Crimes contra o Patrimônio) desde outubro, já identificou 13 vítimas, todas mulheres, desse crime.
As 13 foram duramente agredidas pelos assaltantes. A descrição de um dos ladrões, feita por oito dessas vítimas, batem com o retrato falado feito anteontem à noite pela polícia (veja nesta página).
Isso reforça a suspeita da polícia de que uma única gangue, formada por quatro pessoas -duas no carro que provoca o acidente e duas que dão apoio-, seja responsável por praticamente todos os roubos.
Segundo o delegado Godofredo Bittencourt Filho, do Depatri, serão feitas rondas especiais para localizar a gangue.
Um policial civil, que pediu para não ser identificado, disse que há mais de seis meses começaram a surgir os primeiros roubos do tipo.
"Essa modalidade surgiu como uma variação do sequestro-relâmpago (assalto em que a vítima, homem ou mulher, é atacada quando está com o carro parado e levada a caixas eletrônicos). Quando apareceram os primeiros casos, pensávamos que a vítima havia tido o azar de bater seu carro no de um ladrão", disse o policial.
O delegado Bittencourt concorda que a tática é antiga, mas afirma que a violência física contra as vítimas não era tão frequente antes.
A dica da polícia para mulheres que sofrerem batidas no carro, principalmente à noite, é não parar o veículo e procurar fazer um boletim de ocorrência.

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