São Paulo, quarta-feira, 10 de dezembro de 1997
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Jovens estão mais próximos das drogas

RODRIGO VERGARA
DA REPORTAGEM LOCAL

Dado é apontado em pesquisa

Os jovens estão cada vez mais próximos das drogas e de pessoas que usam entorpecentes, revela pesquisa do Ibope divulgada ontem pela ONG Associação Parceria Contra as Drogas.
Foi a segunda pesquisa encomendada pela Parceria, como é conhecida a ONG. Tanto o primeiro (em 96) quanto o segundo levantamentos foram feitos entre jovens com idades de 9 a 22 anos, em cinco capitais de Estado.
Em comparação com a primeira pesquisa, cresceu de 29% para 35% a parcela de jovens mais próximos das drogas. Estão incluídos aí os que usam ou têm amigos que usam maconha frequentemente ou outras drogas esporadicamente, além dos pré-adolescentes (9 a 12 anos) que já usaram alguma droga.
Entre os entrevistados que têm 13 anos ou mais, 15% têm amigos que consomem cocaína uma vez ou mais na semana. Se a pergunta se refere à maconha, o grupo sobe para 30% dos entrevistados.
Tamanha proximidade facilita o contato. O grupo dos que já receberam algum convite para usar ou comprar drogas subiu de 25% para 31%. Porto Alegre teve os números mais alarmantes. Lá, 51% declararam já ter recebido alguma proposta, contra 37% no ano passado.
A pesquisa aponta uma relação direta entre ter amigos que usam drogas e o fato de ter recebido convite para usar entorpecentes.
Essa relação é reforçada na pesquisa por um terceiro item: a vontade de ser aceito no grupo de amigos. Essa foi a segunda razão mais citada (18% dos entrevistados) entre os motivos que levam um jovem a usar drogas. A única resposta que a supera (27% das citações) é "fugir de problemas familiares".
Se os jovens estão mais próximos das drogas, obtê-las também ficou mais fácil. Dos jovens entrevistados, 49% disseram ser "fácil" ou "muito fácil" obter maconha. Em 96, eram 42%. A mesma facilidade, mas a respeito da heroína, foi declarada por 18% dos entrevistados, embora não tenham sido entrevistados usuários dessa droga.
Já crack e cocaína podem ser facilmente obtidos para 26% e 34%, respectivamente.
Nesse item, São Paulo lidera as estatísticas. O número de jovens que considera "fácil" ou "muito fácil" obter maconha saltou de 38% para 50% na última pesquisa.

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