São Paulo, sexta-feira, 12 de dezembro de 1997
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Teste positivo deve ser conferido

AURELIANO BIANCARELI
DA REPORTAGEM LOCAL

Entre 3% e 4% dos testes Elisa dão resultado falso positivo, afirma o diretor clínico do Hospital Emílio Ribas, Vasco Carvalho Pedroso de Lima. Sempre que o Elisa for "reagente", o médico deve fazer um segundo teste, seguido do exame Western Blot, mais específico. Só depois de todos os testes é que o paciente deve ser informado.
Não foi o que aconteceu com a promotora de vendas M.L., hoje com 31 anos. Em março de 1993, ela foi convidada a fazer teste no Emílio Ribas depois que o exame de seu companheiro deu positivo.
Segundo Aurea Abbade, do Gapa, o próprio hospital informou que o primeiro exame deu "indeterminado" e que um segundo Elisa em julho daquele ano deu "reagente". Em novembro do ano passado, um terceiro exame revelou que M.L. não tinha o HIV. "Ela nos procurou porque agora não sabe mais o que fazer", diz Aurea.
Depois que soube que era soropositiva, M.L. deixou o trabalho e entregou a filha, então com 5 anos, para a mãe, "porque achava que ia morrer logo". Deixou os amigos antigos e passou a frequentar grupos de soropositivos.
No ano passado, quando fazia um tratamento dentário no próprio Emílio Ribas, foi informada de que não tinha o vírus. "O médico chegou, deu-lhe os parabéns e até logo; não disse onde poderia procurar ajuda", relata Aurea. "Ela perdeu a cesta básica e os amigos soropositivos. Nem a filha ela sabe se conseguirá ter de volta."

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