São Paulo, sexta-feira, 12 de dezembro de 1997
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Secretaria começa a interrogar suspeitos

ALEXANDRE COSTA
DA "FOLHA DA TARDE"

A Ouvidoria da SAR (Secretaria das Administrações Regionais) começou a interrogar ontem os funcionários da prefeitura citados nas reportagens da "Folha da Tarde" e da Folha que revelaram a cobrança de propina para liberar a colocação de placas na cidade.
A investigação preliminar foi determinada pelo prefeito Celso Pitta e deve durar cinco dias.
Foram ouvidos quatro funcionários. O engenheiro e ex-árbitro de futebol Emídio Marques de Mesquita, presidente da ouvidoria, disse que os depoimentos não acrescentaram muitas informações ao caso, mas afirmou que "há indícios de irregularidades".
"Apesar de todos negarem as informações do jornal, podemos constatar quando alguém não está falando a verdade. Mas não há provas, é palavra contra palavra."
Segundo Mesquita, esses indícios podem constar no relatório final sobre o caso, que será entregue na próxima semana ao secretário Alfredo Mário Savelli.
Mesquita não revelou os nomes dos funcionários ouvidos. "Temos que preservar as identidades", afirmou.
A reportagem apurou que entre eles estavam José Carlos Rodrigues Alves, superintendente da Vigilância Urbana, Cleber Perez, chefe de apreensão, e Carlão, fiscal de vias. Nenhum quis se identificar ou falar sobre o caso.
Após o prazo de cinco dias, imposto pelo prefeito para o final da apuração, o secretário Savelli deverá decidir se há necessidade de punição dos funcionários ou de uma investigação aprofundada.
A função da ouvidoria é fazer uma averiguação preliminar e apontar se há indícios de irregularidades.
Se o secretário concluir que há sinal de procedimento irregular, o processo irá para o Proced (Departamento de Procedimentos Disciplinares) da Secretaria dos Negócios Jurídicos. Só esse departamento pode determinar punições.
Segundo Mesquita, hoje serão ouvidos outros quatro funcionários. Um dos servidores ouvidos ontem disse que teriam sido convocadas 30 pessoas, mas o engenheiro negou.
"São boatos. Haverá outras convocações se forem citados mais nomes durante os depoimentos."

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