São Paulo, sexta-feira, 12 de dezembro de 1997
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Siemens mantém planos para o Brasil

Presidente diz ver longo prazo

ANTONIO CARLOS SEIDL
ENVIADO ESPECIAL A MUNIQUE

O presidente mundial da Siemens, Heinrich von Pierer, disse ontem em Munique que o grupo alemão dos setores de equipamentos de energia elétrica e telecomunicações manterá seus planos de investimento no Brasil, apesar das previsões de uma acentuada redução do crescimento econômico do país em 1998.
"Os altos e baixos conjunturais não nos impressionam porque adotamos uma política de investimentos de longo prazo em todos os países em que atuamos, inclusive no Brasil."
Pierer qualificou de "mera especulação" qualquer informação que dê conta de que a Siemens deixará de investir no Brasil em resposta ao pacote fiscal e desaceleração econômica.
A empresa alemã investiu US$ 100 milhões na sua subsidiária brasileira nos dois últimos anos. Esse nível de investimento deverá ser mantido até o ano 2000.
Pierer disse que a estratégia da Siemens no Brasil não será afetada por problemas de curto prazo porque o grupo alemão projeta uma tendência de crescimento para a economia brasileira.
Ele admitiu que alguns projetos de infra-estrutura podem sofrer atraso, principalmente por causa da transição do sistema Telebrás para a iniciativa privada, mas serão realizados porque a modernização das telecomunicações e aumento da capacidade de geração de energia elétrica são processos inadiáveis nos países emergentes.
"Pode haver algum atraso, mas não há razão alguma para preocupação", afirmou.
Em um exemplo do compromisso da Siemens com o Brasil, Pierer anunciou que a próxima reunião do conselho de administração da Siemens mundial será realizado em São Paulo, no dia 24 de março.
Pierer fez esses comentários ao anunciar, ontem, em Munique, sede mundial da empresa, as metas da Siemens para 1998, destacando que o lucro líquido do grupo deve alcançar a soma de US$ 1,7 bilhão no ano fiscal 97/98 (outubro a setembro).
O lucro líquido no exercício encerrado em setembro deste ano foi de US$ 1,53 bilhão, crescendo 5% em relação a igual período anterior. O grupo espera encomendas totais no valor de US$ 67 bilhões.
O faturamento líquido da subsidiária brasileira da Siemens, "o melhor ano da história da Siemens no Brasil", segundo Hermann Wever, presidente da empresa no Brasil, alcançou US$ 1,63 bilhão, representando um aumento de 22% em relação ao exercício anterior. A metade desse faturamento foi obtida pela Equitel, a empresa do grupo que atua na área de fornecimento de sistemas e equipamentos de telecomunicações.
O lucro líquido antes do Imposto de Renda alcançou US$ 84,7 milhões, quase o dobro do resultado do exercício anterior, que foi de US$ 43,2 milhões.

O jornalista Antonio Carlos Seidl viajou à Alemanha a convite da Siemens.

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