São Paulo, sexta-feira, 12 de dezembro de 1997
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Construção prevê 40 mil demissões em 98

Vendas chegam a US$ 90 bi

SIMONE CAVALCANTI
DA REPORTAGEM LOCAL

O presidente do Sinduscon (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo), Sergio Porto, disse ontem que, se os juros não voltarem ao patamar anterior ao pacote até o mês de junho do próximo ano, o setor deve demitir cerca de 40 mil empregados.
Segundo Porto, esse número representa 10% dos empregos que foram gerados no setor, nos últimos dois anos.
O segmento da construção civil, que responde por 13,5% do PIB nacional (Produto Interno Bruto) com faturamento estimado de US$ 90 bilhões em 1997, cresceu em torno de 6% este ano, gerando cerca de 20 mil novos empregos.
Porto diz que as previsões para 98 dependem das atitudes do governo com relação à manutenção das taxas de juros.
Segundo ele, se houver redução dos juros até o fim do primeiro semestre, a perspectiva de crescimento é de 2%. Caso isso não aconteça deve variar entre 2% negativos e zero.
"Acredito na primeira alternativa, pois nem o governo vai aguentar essa elevação por muito tempo", afirma.
Um levantamento feito pela entidade aponta que o segmento de construção civil paulista elevou a oferta de empregos em cerca de 9% a partir de 1995, quando contava com 394,1 mil funcionários.
As perspectivas dos empresários da área para 1998 não são tão pessimistas.
A pesquisa mostra que 43,4% acredita na estabilidade do volume de negócios para o próximo ano.
Já 28,3% estima queda nas atividades e 43,4% espera por crescimento, ainda que reduzido.
Quanto aos custos da construção civil, a pesquisa revela que 42,6% dos empresários da área prevêem elevação inferior à de 97, 32,5% calculam que seja igual. A estimativa para 11,1% dos entrevistados é que essa elevação seja maior do que a registrada neste ano.
Para o presidente da entidade, o setor mostrou, durante este ano, que está preparado para superar a crise econômica, pois conseguiu manter crescimento maior do que o reajuste do IGP-M (Índice Geral de Preços do Mercado).
"Fizemos a lição de casa, agora o governo precisa fazer a parte dele."
Manual
O Sinduscon está lançando, este mês, o "Manual do Comprador de Imóvel na Planta".
Segundo Porto, o intuito do livro é alertar o consumidor sobre os cuidados que devem ser tomados antes da assinatura do contrato para compra de imóveis na planta.
O manual traz alguns esclarecimentos sobre os contratos de venda e compra de imóveis. Além disso, dá dicas ao consumidor sobre ofertas de imóveis na planta, as exigências na assinatura do contrato e os cuidados em relação ao pagamento.
O livro será distribuído, gratuitamente, no Sinduscon e nos plantões de vendas das construtoras que tiverem interesse.

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