São Paulo, sexta-feira, 12 de dezembro de 1997
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Gênero veio para ficar

ERIKA PALOMINO
COLUNISTA DA FOLHA

Fato é que o speed garage sempre existiu. As faixas eram, simplesmente, as famosas versões dub, o lado B dos singles. Seu nome, até então, era London Garage Scene (ou seja: garage produzida por ingleses, onde o garage é, por excelência, um produto norte-americano; coisa de DJ inglês mesmo).
Um bando de produtores foi então "descoberto" pela mídia na "cena de domingo" -negra e espontânea, comparada em sua legitimidade ao início do drum & bass. Tanto que a pergunta oficial das revistas especializadas era: seria o speed garage o novo d&b?
O pitch ficava acelerado, no 8 (coisa de DJ), aumentando de 122-125 BPM para 128-130 batidas por minuto, batizada na época de "plus-8" (mais 8) ou speed garage mesmo, trabalhando com a velocidade dos discos mais aceleradas do que o normal americano.
No Brasil, tudo aconteceu a partir de um hype de revistas internacionais e de uma vocação vinda das lojas de fora.
O garage em si e suas divas vocais já eram havia algum tempo um fato concreto em clubes e festas de SP e do Rio. Houve até uma época em que o clã do garage se opunha ao clã do tecno -e vice-versa.
O speed garage se firmou de fato como uma opção mais acessível à house mais pesada que fazia a interface entre o gênero em si e o tecno, mais propício portanto por associar os tais itens da disco aos elementos que consagravam o garage clássico entre os fãs mais ortodoxos da dance. Ainda, o speed garage conseguiu agradar àqueles que passaram a conjugar os fundamentos da cultura club sem muito estresse ou radicalismo.
O speed garage não é um gênero a mais. Veio para ficar, enquanto dure.

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