São Paulo, sexta-feira, 12 de dezembro de 1997
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Família disputa herança

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

Frank Sinatra está completando 82 anos de vida. Mas a família vem disputando o seu espólio desde antes até de ele ter se tornado um doente em estado grave em 1996.
É difícil estimar quanto Sinatra vai deixar. Mas as estimativas mais conservadoras falam em uma quantia em torno de US$ 200 milhões. Ele tem, além dos direitos sobre suas gravações, uma grande casa em Beverly Hills, uma cervejaria, gravadoras e o direito de usar seu nome em diversos produtos.
Os dois times que lutam pela herança são: de um lado, os filhos de Sinatra; do outro, sua quarta e atual mulher, Barbara, e o filho dela de um casamento anterior.
Nancy Sinatra, 57, que teve meteórica carreira como cantora, e Frank Sinatra Jr., 53, que também foi cantor por um curto período e depois se tornou maestro da orquestra que acompanhou o pai em suas últimas performances na década de 90, deixam o comando de sua equipe com a irmã mais nova.
Tina Sinatra, 49, é dinâmica e falastrona. Foi uma das principais fontes do jornalista Seymour Hersh para o recente livro sobre escândalos sexuais e financeiros do governo de John Kennedy. Ela é também a campeã na venda de licenças para o uso do nome do pai.
Os três filhos de Sinatra têm os direitos sobre todas as suas gravações entre 1960 e 1988, o catálogo da Reprise Records, com os seus melhores momentos artísticos.
Barbara Sinatra, 70, e seu filho Robert Marx, 46, têm os direitos sobre as gravações do início e do fim da carreira de Sinatra.
Foi Barbara quem concebeu e negociou o contrato do cantor com a Capitol Records para a produção dos dois volumes de "Duetos", os seus últimos discos, que venderam 3,7 milhões de cópias só nos EUA. Ela conseguiu da Capitol 20% de royalty, bem acima do usual. Barbara e Marx também controlam os discos que Sinatra gravou com a orquestra de Tommy Dorsey para a RCA.
O advogado de Sinatra, Harvey Silbert, diz que nem Barbara nem os filhos do cantor sabem o conteúdo do seu testamento, que foi reescrito em 1992, e vão ter que esperar sua morte para conhecê-lo.

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