São Paulo, sábado, 13 de dezembro de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Estréia do Brasil adia 14 execuções

JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
ENVIADO ESPECIAL A RIAD

O Brasil pode não ter feito uma grande apresentação em sua estréia na Copa das Confederações, mas pelo menos adiou a morte de 14 pessoas.
Afinal, graças à participação brasileira na abertura do torneio, o governo saudita desistiu da execução, que seria ontem, de 14 indivíduos condenados à morte, em uma praça pública de Riad, transferindo-a para a semana que vem.
Segundo autoridades locais, o interesse despertado pelo jogo da Arábia contra os atuais campeões do mundo diminuiu, e muito, o público na praça das execuções.
Ainda de acordo com as autoridades, com poucos espectadores, a morte dos 14 condenados perderia um pouco o sentido, já que um dos motivos para as execuções serem em praça pública é usá-las como exemplo para a população local.
Em 1997, foram executadas cerca de 300 pessoas na Arábia. A maioria das condenações foi por estupro ou tráfico de drogas.
A vitória brasileira
No campo, Brasil e Arábia Saudita decepcionaram a torcida que foi ao estádio Rei Fahd. Os brasileiros, pelas dificuldades enfrentadas no primeiro tempo, quando poderiam ter ficado em desvantagem no placar. Os anfitriões, pela ingenuidade demonstrada em campo.
Decepção por decepção, a dos sauditas acabou sendo maior, já que foi o Brasil que saiu comemorando a vitória de 3 a 0, dois gols de Romário, um de César Sampaio.
"Gostei do resultado, mas a seleção tem que dar mais", reclamava Zagallo após a partida. "O Brasil não fez um bom primeiro tempo, como vem ocorrendo com frequência, devido à falta de treino, mas cresceu no segundo."
Zagallo não gostou ainda da troca de passes do Brasil. "Erramos muitos passes, não podemos continuar assim." O time brasileiro acertou 85% dos passes na partida, média superior à da Arábia, que teve 77% de acerto.
No primeiro tempo, as duas grandes chances da partida foram dos sauditas, ambas com Al-Mehallel, aos 10min e aos 18min. Nas duas oportunidades, Dida praticou grandes defesas.
No segundo tempo, a ingenuidade saudita mudou o panorama do jogo aos 19min. O zagueiro Zubramawi, que já tinha amarelo, cometeu falta desnecessária, foi expulso e desestruturou o time da casa.
Na cobrança da falta, César Sampaio, de cabeça, abriu o placar.
A partir daí, só deu Brasil. Aproveitando a deficiência da marcação dos árabes no setor direito de sua defesa, Romário, depois de cruzamentos de Zé Roberto, aos 28min, e Ronaldinho, aos 35min, definiu o marcador para o Brasil.
No outro jogo do Grupo A, a Austrália bateu o México por 3 a 1. Hoje, pelo B, jogam Emirados Árabes contra Uruguai e África do Sul contra República Tcheca.

Texto Anterior: Suspeito de doping vai à contraprova
Próximo Texto: Sampaio atribui gol a Luxemburgo
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.