São Paulo, sábado, 13 de dezembro de 1997
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Ieltsin teve espasmo cerebral, diz rádio

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

A rádio Eco de Moscou, citando uma "alta fonte médica", afirmou ontem que o presidente da Rússia, Boris Ieltsin, 66, teve problemas cerebrais decorrentes de fadiga e de bruscas mudanças climáticas antes de ser internado, na quarta-feira. O Kremlin negou.
Fontes do governo sustentam que Ieltsin -que deve ficar internado por ao menos dez dias- recupera-se de uma grave infecção respiratória virótica. "Ele teve apenas uma gripe", disse um porta-voz do Kremlin.
Um boletim médico de ontem disse que o estado de saúde do presidente é "satisfatório" e que sua temperatura foi normalizada.
O médico que o operou, no ano passado, disse após visitar Ieltsin que o presidente deverá estar trabalhando já na próxima semana. "Ele está bem, tem apenas um resfriado", disse Renat Aktchurin.
Segundo a Eco de Moscou, Ieltsin teria sofrido um "forte espasmo cerebral", mas "já estaria se recuperando". Fontes médicas ouvidas pela agência "Efe" dizem que um espasmo pode ter as mesmas consequências de uma isquemia -suspensão ou diminuição da circulação sanguínea em determinada área do cérebro.
Um especialista europeu ouvido pela "Reuters" disse que não seria incomum em pessoas com o histórico médico de Ieltsin uma temporária diminuição do fluxo sanguíneo no cérebro.
Os médicos definem casos desse tipo, segundo esse especialista, como um ataque isquêmico transitório. Estes ataques podem causar disfunções cerebrais -afetando a fala ou os movimentos.
O passado recente da saúde de Ieltsin é preocupante. Em novembro de 1996, ele implantou cinco pontes de safena. O presidente russo, reeleito em 1996, ficou afastado do poder por oito meses ao adquirir, no pós-operatório, uma pneumonia. Na ocasião, antes da cirurgia cardíaca, auxiliares também diziam que ele estava gripado.
Serguei Iastrjembski, porta-voz do Kremlin, disse ontem que Ieltsin sairá do hospital para votar nas eleições municipais de Moscou, previstas para amanhã, quando poderá ser visto pela imprensa.
Urânio russo
O governo russo afirmou ontem que pode começar a vender urânio enriquecido vindo de armas nucleares desativadas para o mercado mundial, rompendo pacto assinado em agosto deste ano.
Segundo Alexander Belosokhov, vice-ministro da Energia Atômica, seu país perdeu US$ 900 milhões devido ao pacto. Pelo tratado, o governo russo só pode vender urânio enriquecido para três empresas ocidentais pré-determinadas.

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