São Paulo, sábado, 13 de dezembro de 1997
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Esclarecimento; Cassino Brasil; Nada é impossível; Vôo 402; Desemprego; Anestesia; Redução de salários; Tempo implacável; Desperdício

Esclarecimento
"Gostaria de lembrar às ilustres subscritoras da carta inscrita no 'Painel do Leitor' de 11/12, sob o título 'Aborto legal', que seria interessante uma leitura da norma constante do artigo 5º, parágrafo 2º, da Constituição Federal: 'Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte' e, de seguida, do que está escrito no artigo 4º, inciso I, da Convenção Americana de Direitos Humanos (Pacto de São José da Costa Rica), ratificado pelo Brasil: 'Toda pessoa tem o direito de que se respeite a vida. Esse direito deve ser protegido pela lei e, em geral, desde o momento da concepção'. Encartado o direito à vida, desde a concepção, como cláusula pétrea, não há, em definitivo, que falar em 'aborto legal'."
Hélio Bicudo, deputado federal pelo PT-SP (Brasília, DF)

Cassino Brasil
"Estou muito preocupado com a invasão dos telejogos na TV. Desde o lançamento do primeiro, o crescimento foi assustador. Confesso que está muito sem graça assistir a certos programas.
Com o atual nível de desemprego, não seria melhor oficializar os cassinos? Os impostos aumentariam e o turismo melhoraria."
Luciano Gomes (Uberlândia, MG)
*
"Nada mais coerente e digno do que a decisão -finalmente- da Justiça Federal em conceder liminar determinando a suspensão de funcionamento do Cassino Brasil, essa megaempresa da jogatina legalizada, comandada pelas emissoras de TV.
Que país é este, onde sendo o jogo proibido por lei, o Ministério da Justiça autoriza e legaliza essa jogatina desenfreada?
Infelizmente não haverá motivos para regozijo, pois é certo que a liminar será cassada, dados os inúmeros e graúdos interesses envolvidos nesse negócio, em que certamente falará mais alto o rosnar dos poderosos."
Paulo Ernesto Pereira Lopes (Porto Seguro, BA)

Nada é impossível
"Boa notícia: cientistas conseguiram tirar da ficção o que até recentemente era tido como impossível: o teletransporte (a desintegração da matéria num lugar e sua reintegração em outro). Isso significa que há esperanças de um dia também termos outras coisas ainda consideradas impossíveis: como a paz mundial, políticos coerentes, tráfego sem engarrafamento, criminalidade zero, crianças não abandonadas, justa distribuição de renda etc. É só uma questão de milênios."
Donizetti R. Sacramento (Osasco, SP)

Vôo 402
"Como podemos aceitar e esperar um ano e não encontrar nenhuma resposta. Em 31 de outubro de 1996 morrem em um trágico acidente aéreo 99 pessoas, que deixaram órfãos, viúvas, mães, pais e irmãos arrasados; que destruíram ainda expectativas e planos de vida.
Tanta dor, tanto sofrimento e, paralelamente, uma companhia em plena ascensão; dando a mínima atenção para tudo isso, sendo premiada, elaborando cartas e respondendo a outras para convencer a opinião pública de suas maravilhas, investindo milhões de dólares, comprando novos aviões.
Acorda Brasil! Se não fizermos alguma coisa, quantas vítimas mais pode
rão vir com a impunidade!"
Carlos Alberto de A. Prado, diretor da Associação Brasileira de Parentes e Amigos de Vítimas de Acidentes Aéreos-ABRAPAVAA (São Paulo, SP)

Desemprego
"Por que demitir servidores sem antes falar dos contratos superfaturados e dos desperdícios de empresas estatais? O governo prefere eliminar custos sociais em vez de se esforçar para reduzir elevados gastos -e sabemos que dá para fazer muita coisa antes de demitir servidores. É só ter vontade política.
O governo aumenta o IPI e os juros, as empresas ameaçam demitir e como solução propõem redução de salários em troca da estabilidade. Por que o trabalhador tem de participar dos prejuízos se na hora dos lucros ele não é chamado para dividi-los?"
Luiz Bianchi Neto (São Paulo, SP)

Anestesia
"Apóio a jornalista Marilene Felinto a respeito de seu artigo 'A inutilidade dos debates que discutem futebol', publicado na Folha, em 2/12. Para muitos espectadores, futebol é nada mais do que um entorpecente que compensa um vazio intelectual, social e emocional.
O frenesi é chicoteado por milionários interesses econômicos, que já acostumaram a população a devorar, sem questionar, uma infinidade de monótonas maratonas -do tipo Campeonato Brasileiro. Como as telenovelas, somente há emoção nos capítulos finais."
Hanns John Maier (Ubatuba, SP)

Redução de salários
"Um dos fatos reais no Brasil é o desemprego. Portanto é legal e legítima a proposta de algumas empresas que consiste em reduzir salários e, ao mesmo tempo, diminuir a carga horária, oferecendo a garantia de emprego.
Quem não aceitar a proposta estará sujeito ao desemprego, e acreditem, nem o governo, nem o sindicato oferecerão trabalho."
Florisvaldo Oliveira de Andrade (Osasco, SP)

Tempo implacável
"Sempre votei com a esquerda e continuarei votando. Após dez anos, nos quais os diversos partidos tiveram a oportunidade de ocupar postos de comando no Poder Executivo e no Legislativo, já está na hora de a esquerda mostrar que conhece a procedência das receitas e das despesas públicas e que sabe como extirpar os tumores da administração. O discurso dos 'companheiros' foi sempre muito bonito, mas o tempo é implacável, e somente podemos transformar aquilo que conhecemos. Ou o sonho acabou?"
Mario Teixeira Filho (Franca, SP)

Desperdício
"Fiquei indignado com o desperdício que é a coluna do Macaco Simão: anticultura, bobagens e radicalismo. Achincalha diariamente o presidente da República. O mundo inteiro reconhece as qualidades pessoais e intelectuais de FHC, enquanto o articulista desrespeita o presidente, sua família e a liturgia do cargo que o mesmo exerce. Por extensão desrespeita a todos nós, brasileiros."
Antonio Luzardo da Silva (Manaus, AM)

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