São Paulo, domingo, 14 de dezembro de 1997
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Economia não reflete fato

JOÃO BATISTA NATALI
DA REPORTAGEM LOCAL

Os economistas têm monopolizado no Brasil o estudo da pobreza. Basta alimentar com números determinado modelo para que, na outra ponta, saiam formatados os indicadores de uso mais corrente.
São indicadores corretos. O que outras pesquisas demonstram é que eles também podem ser parciais, com risco de sinalização inadequada. O estudo do Nupens comprova, por exemplo, que a saúde infantil melhorou nos últimos anos em ritmo acelerado, ao mesmo tempo em que os indicadores econômicos poderiam pressupor exatamente o contrário.
O PIB per capita estacionou, se comparados os quinquênios 85-89 e 92-96. A renda per capita familiar caiu 4,2% ao ano. Só melhorou -e de forma não muito eloquente- a porcentagem de pessoas abaixo da linha de pobreza: de 29,2% a 25,6%.
Esse período de dez anos cobre a inflação do governo Sarney, a recessão do início do governo Collor, taxas medíocres de crescimento e a queda no emprego industrial. O Real incide modestamente apenas no fim do período. Ao mesmo tempo, no entanto, ocorreram fatores imprevisíveis, como o violento declínio, não estimulado pelo governo, das taxas de fertilidade.
(JBN)

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