São Paulo, domingo, 14 de dezembro de 1997
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Mulher descobre doença na 4ª gestação

FÁBIO GUIBU
DA AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE

Há cinco anos, a empregada doméstica Márcia Maria Bento das Candeias, 25, perdeu seu segundo filho aos sete meses de gestação. Três anos depois, deu à luz um menino, que nasceu com infecção e ficou dois meses hospitalizado.
Na terça-feira passada, Márcia teve seu quarto filho -uma menina com 3,7 kg e 51 cm. Larissa foi a única criança da família a ter a saúde acompanhada por um médico antes do nascimento.
Apesar de aparentemente sadia, a menina poderá ser obrigada a ficar pelo menos mais dez dias no hospital. O exame pré-natal revelou que Márcia é portadora de sífilis.
A doença, que pode ser transmitida da mãe para o filho na gravidez, foi constatada cinco meses antes do nascimento de Larissa.
Márcia recebeu tratamento específico, mas os médicos do Imip (Instituto Materno Infantil de Pernambuco), onde ela está, em Recife, ainda não sabem se a menina foi ou não contaminada.
Uma amostra do sangue do bebê foi recolhida para análise e, caso o contágio seja confirmado, a criança terá de permanecer no hospital para tratamento.
A mãe acredita que a sífilis foi responsável pelos problemas que enfrentou nas duas gestações anteriores.
"Acho que perdi um menino e deixei outro sofrer porque não sabia que tinha isso", afirmou Márcia.
Os dois irmãos de Larissa também serão submetidos a exames. Sônia, mãe de Márcia, já realizou os testes de sífilis e o resultado foi positivo. "Ela nunca fez exame e acho que peguei a doença na barriga dela", disse.
Até cinco meses atrás, Márcia achava desnecessário realizar o pré-natal. Foi convencida a procurar acompanhamento médico por suas irmãs, e afirmou que não se arrependeu. "Se não tivesse feito, Larissa poderia não estar aqui."

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