São Paulo, domingo, 14 de dezembro de 1997 |
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O pensador da crise
ELEONORA DE LUCENA
O governo se declarou perplexo com o crash global. Mas, um mês antes, o sociólogo alemão Robert Kurz descrevera em detalhes, no Mais!, como e por que um desastre daqueles iria acontecer. Antes disso, ele já apontara a falência do milagre japonês e previra o esgotamento da economia dos tigres asiáticos. Nesta entrevista, por fax, Kurz desenha o que considera o futuro sombrio do mundo a partir do estouro de outubro. Para ele, a origem da crise está na dissociação entre mercados financeiros e produção efetiva. O que ocorreu foi mais uma etapa no caminho rumo à autodestruição do capitalismo. Ex-motorista de táxi, Kurz, 53, enxerga desdobramentos políticos da catástrofe econômica. Acha que seitas apocalípticas podem crescer no Japão e que a China corre o risco de mergulhar numa guerra civil. Muitas de suas cáusticas idéias estão no livro "Os últimos Combates", recém-lançado pela Vozes. Na sua visão, os países da periferia vão sofrer mais com o crash. E o Brasil pode ser o próximo alvo no jogo do "capitalismo-cassino global". Texto Anterior: A inaceitabilidade da morte Próximo Texto: O pensador da crise Índice |
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