São Paulo, domingo, 14 de dezembro de 1997
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Islamismo prega respeito a cristãos e judeus

PAULO DANIEL FARAH
ESPECIAL PARA A FOLHA

Pode-se dizer que a discriminação contra os cristãos na maior parte dos países árabes, quando ocorre, é dissimulada. Mais do que perseguidos, sentem-se indesejados num mundo majoritariamente muçulmano.
Os muçulmanos consideram Jesus um profeta escolhido por Deus. Devem respeitá-lo como a todos os outros (incluindo o profeta Maomé). É parte de suas doutrinas fundamentais.
No entanto, vêem a deificação cristã de Jesus como uma reversão ao paganismo. Além disso, conferem tratamento privilegiado aos cristãos e judeus, monoteístas que constituem a "gente do Livro" ("Ahl al Kitab").
No Irã, cristãos, judeus e zoroastristas são as únicas minorias reconhecidas, podendo praticar os seus cultos e agir segundo os seus costumes e tradições.
Os cristãos ocuparam importantes cargos nas administrações muçulmanas, desempenhando um papel fundamental na transmissão do pensamento grego para o árabe.
Com algumas diferenças formais, as constituições dos países árabes asseguram a liberdade de crença e culto, embora não o façam de modo minucioso como o artigo 18 da Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948).
Na Síria, Estado árabe laico, os cristãos têm seus direitos plenamente garantidos pelo governo de Hafez al Assad.
Muito antes do islamismo, surgido no século 7º, os discípulos e seguidores de Cristo eram vítimas de preconceito e intolerância.
Nos primeiros anos da propagação do cristianismo, os convertidos buscaram um lugar seguro para a prática e expansão clandestina de sua fé. Assim, construíram diversas cidades subterrâneas (36 descobertas até agora) em lugares como Derinkuyu e Kaymakli, na Capadócia (Turquia).

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