São Paulo, segunda-feira, 15 de dezembro de 1997
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Volks e sindicato voltam a negociar

Intenção é evitar 10 mil demissões

SÉRGIO LÍRIO
DA REPORTAGEM LOCAL

A Volkswagen e o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC voltam a se reunir amanhã para negociar uma solução que evite demissões na empresa.
Certos de que o encontro não deve sair do ponto onde está -sem que tenha surgido uma proposta negociada entre a montadora e os trabalhadores-, os sindicalistas querem adiar a discussão para o início de janeiro.
O presidente do sindicato, Luiz Marinho, afirma que não irá negociar durante as férias coletivas dos funcionários da Volks, que começam na próxima segunda (dia 22) e vão até o dia 5 de janeiro.
A Volks tem pressa, mas a empresa está medindo os custos sociais de uma decisão de demitir 10 mil funcionários. Tanto que encomendou uma pesquisa para saber a reação da população do ABC paulista e de seus 22,9 mil funcionários da fábrica de São Bernardo sobre as medidas.
A montadora, há cerca de duas semanas, propôs a redução de 20% na jornada de trabalho e nos salários. Isso evitaria, segundo a empresa, 7.000 demissões.
Além disso, a Volks propôs terceirizar outros 3.000 funcionários, que passariam a trabalhar em uma empresa de serviços da própria montadora.
Sem o acordo, a Volks ameaça demitir 10 mil funcionários. Os metalúrgicos rejeitaram a proposta da montadora.
Construção civil
O Sinduscon, que representa os empreiteiros paulistas, e o sindicato dos trabalhadores da construção civil começam a discutir hoje proposta de redução de jornada e de salários.
A negociação, no entanto, deve ser mais difícil do que a ocorrida entre a indústria de autopeças e os metalúrgicos de São Paulo, que assinaram acordo de redução de até 25% na jornada e 10% nos salários.
Segundo o presidente do sindicato dos trabalhadores, Antonio de Sousa Ramalho, será difícil reduzir salário de uma categoria cujo piso salarial para mão-de-obra sem qualificação é de R$ 314,60 por mês.
Empresas e trabalhadores vão discutir também a criação de um banco de horas, semelhante ao que existe no setor metalúrgico.
Os fabricantes de eletroeletrônicos também começam a discutir nesta semana a possibilidade de redução do salário e da jornada de seus funcionários como uma boa opção para adequar a oferta à demanda do setor.

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