São Paulo, segunda-feira, 15 de dezembro de 1997
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Palmeiras precisa vencer no Rio

MARCELO DAMATO
DA REPORTAGEM LOCAL

O Palmeiras só conseguiu um empate sem gols frente ao Vasco, ontem à tarde, no Morumbi, no primeiro jogo da decisão do Campeonato Brasileiro.
Com o resultado, ao time carioca basta um novo empate para assegurar o título, o teceiro em sua história.
O Palmeiras, que busca a quinta conquista, precisa vencer por qualquer resultado.
Apesar da disputa esportiva envolvendo a principal competição de futebol deste país, o tema dominante nesta semana será de ordem jurídica.
O atacante Edmundo, do Vasco, levou cartão vermelho aos 37min do segundo tempo, após dar um chute no peito do zagueiro Cléber.
Aos 8min, Edmundo já havia levado cartão amarelo, que era o terceiro da série que, pelo regulamento, significa suspensão por um jogo. Após sofrer uma falta de Roque Júnior, ele atirou uma bola no peito do palmeirense.
Antes e depois do jogo, um dirigente do Vasco disse que garantia a presença de Edmundo na segunda partida, mesmo que ele recebesse cartão amarelo.
Afirmou ainda que o clube iria até a Justiça Comum para tentar obter uma liminar que garantisse a presença do jogador.
O uso da Justiça Comum nesse caso fere a Constituição, que determina que assuntos de disciplina esportiva só podem ser julgados pela Justiça Desportiva.
Os advogados do Vasco devem usar a mesma estratégia usada pelo Palmeiras para incluir o zagueiro Antônio Carlos na decisão do Campeonato Brasileiro de 1994.
No último jogo da semifinal, contra o Guarani, Antônio Carlos foi suspenso por dois jogos na terça-feira seguinte ao jogo, pelo Tribunal Especial da CBF.
Baseado na Lei Zico, o Palmeiras recorreu ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva e obteve efeito suspensivo da pena.
Aliás, o mesmo Edmundo, na época do Palmeiras, também foi beneficiado pelo presidente do STJD, que suspendeu sua pena de 40 dias de afastamento.
O presidente do STJD, Luiz Zveiter, disse que existem mecanismos na Justiça Esportiva que possam permitir a presença do jogador na decisão, mas se recusou a antecipar sua posição.
O vice-presidente de Futebol do Vasco, Eurico Miranda, afirmou que o descontrole de Edmundo foi causado pela marcação. "Ele sofreu pelo menos seis faltas por trás, do Cléber e do outro zagueiro."
No início do jogo, Cléber deu duas entradas fortes em Edmundo, mas não conseguiu romper a calma do vascaíno. Durante o restante do primeiro tempo, Edmundo foi acertado outras vezes com violência, mas se conteve.
Se de um lado Edmundo apanhava, de outro, o vascaíno Luisinho devolvia as botinadas.
O juiz Antonio Pereira da Silva, cuja escalação fora criticada pelo vice-presidente de Futebol do Vasco, Eurico Miranda, evitou o mostrar cartões amarelos no jogo.
(MD)

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