São Paulo, segunda-feira, 15 de dezembro de 1997
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Caminhos do real; Saúde em Roraima; Saúde em São Paulo; Xuxa grávida; Governo Covas; ONU, árabes e judeus; Estupro; Conferência de Kyoto; Manifestações dos sem-terra; (In)segurança

Caminhos do real
"Quando o governo se dispuser a pensar em reforçar o Plano Real com a preocupação essencialmente social, concluiremos que o 'custo Brasil' não depende da lipoaspiração do Estado, mas de uma consciência nacional sobre valores éticos e morais."
Laudelino José Sardá (Florianópolis, SC)
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"O Brasil tem mais de 150 milhões de habitantes e menos de 40 milhões de consumidores.
No entanto, cada vez que esses 40 milhões pensam em consumir, o governo corre para refrear o consumo.
O desafio maior é a geração de produção e oferta para atender a um mercado de 150 milhões de consumidores."
Roberto Lira Miranda (São Paulo, SP)
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"Não há necessidade de ser doutor ou mestre em qualquer ciência para enxergar o besteirol que FHC está impondo à nação.
Loteou o país de norte a sul. Hoje as madeireiras asiáticas mandam na Amazônia, o capital estrangeiro controla nossas Bolsas. Nossos minérios raros passam facilmente por qualquer fronteira."
Pedro Corsi Neto (Jaguariúna, SP)
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"O governo Fernando Henrique submeteu o povo brasileiro a três anos de aumento de preços e congelamento de salários. Agora, chegamos ao auge do aperto: desemprego e ameaça de redução de salários."
Paolo Maranca (São Paulo, SP)

Saúde em Roraima
"Em reportagem da Folha, publicada em 9/12 sob o título 'Brasil tem nota 6,1 em gestão da saúde', nosso Estado de Roraima, mais do que injustiçado, foi vítima do resultado de uma pesquisa encomendada pelo Ministério da Saúde à PUC de São Paulo.
Por meio de um questionário enviado por fax, as conclusões a que os pesquisadores chegaram foram completamente equivocadas. Colocar Roraima em último lugar no ranking nacional de saúde mostra total desconhecimento da nossa realidade.
O Ministério da Saúde, por meio do SUS, envia para Roraima recursos que cobrem apenas 15% das nossas necessidades, e isso para um Estado que responde por 95% do sistema público de saúde.
Neste ano que passou, gastamos em saúde recursos próprios da ordem de 11,5% dos recursos orçamentários do Estado. Mas o ridículo em toda essa pesquisa é que recebemos zero do quesito 'municipalização das verbas'. Perguntaram quantos são os municípios que aderiram ao novo sistema de municipalização? Nossa resposta foi que nenhum aderiu, e é natural que seja, uma vez que, se aderissem, passariam a receber, em média, 10% do que recebem hoje.
Os pesquisadores desconhecem que pagamos o mais alto piso salarial para médicos no país (R$ 4.800,00 por 40 horas); que contratamos 28 médicos cubanos, que hoje atendem a mais de 60 mil pessoas em suas casas; que fomos buscar mais de 200 profissionais de saúde em outros Estados; que temos um barco-hospital totalmente equipado e que atende à população ribeirinha; que, de forma inédita na Amazônia, conseguimos inverter, em apenas um ano, a curva de crescimento da malária; que implantamos o Pai-Saúde.
Mas o que vale para nós é a última pesquisa feita entre 400 usuários e 200 domiciliares, na qual a avaliação de 'ótimo e bom' alcança 74,5%."
Sérgio Pillon, secretário estadual de Saúde de Roraima (Boa Vista, RR)

Saúde em São Paulo
"O resumo da pesquisa Cedec publicado na Folha (5/12) traz inúmeros equívocos em relação ao PAS (Plano de Atendimento à Saúde).
1) Pela interpretação dos pesquisadores, o PAS assumiria a totalidade da saúde do município para metade da população. Essa interpretação surrealista deixa de fora o SUS (governo federal), que arrecada os impostos; o governo estadual, que recebe esse repasse; a enorme presença dos convênios saúde e de empresas. A prefeitura, numa forma autodestrutiva, ignora tudo e assume todos os gastos.
2) A concepção do melhor gerenciamento da saúde pública não dá ênfase ao hospital, mas privilegia o ambulatório, o médico de família e os agentes de saúde.
3) Outra estultice é afirmar que o PAS queria privatizar a saúde. Será que os pesquisadores leram o acórdão definitivo do Tribunal de Justiça de São Paulo contra o mandado de segurança do PT sobre essa tese, que foi rejeitado por 20 votos contra 0?"
José Knoplich, ex-secretário executivo do PAS (São Paulo, SP)

Xuxa grávida
"Cada dia entendo menos a 'moral e os bons costumes' da nossa sociedade. Em um dia atiram pedras em um grupo que pede a legalidade do aborto, no outro aplaudem Xuxa, apresentadora de programas chamados infantis, que traz com sua gestação um péssimo exemplo para as adolescentes -a produção independente. É de chorar!"
Mirian Teixeira (Santa Luzia, MG)

Governo Covas
"Lúcido e esclarecedor o artigo de Marcos Cintra na Folha de 9/12. Desfiou as tramas das rendas e endividamentos do governador Covas."
Martha Cordeli Sastri (São Paulo, SP)

ONU, árabes e judeus
"Iguais condições de representatividade a árabes e judeus na ONU é o mínimo que se pede.
Na Guerra Fria, como contraponto à poderosíssima representação judaica dos EUA e da França, havia pelo menos a extinta URSS a defender com empenho as causas dos povos islâmicos. O fim do socialismo real e a globalização deixaram os árabes sub-representados na ONU."
Lázaro Chaves (São José do Rio Pardo, SP)

Estupro
"Nota dez para o artigo escrito por Marcelo Coelho em 3/12, 'Discurso antiaborto contra a vida humana'. Podemos chegar à conclusão que a igreja realmente não se importa com o amor e que o sexo existe somente para a reprodução, não importa se a mulher foi vítima de estupro."
Renata Silvestre de Campos Salles (São Paulo, SP)
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"O que existe são mulheres desesperadas que ficaram grávidas de estupradores e que tiveram ou têm dificuldade de abortar (as pobres, claro)."
Tarcisa A. Marques Porto Uliano (Barueri, SP)

Conferência de Kyoto
"Precários, se não inócuos, foram os resultados da conferência do clima em Kyoto (Japão)."
Leda Pereira (São Paulo, SP)

Manifestações dos sem-terra
"Queremos manifestar nossa estranheza, repúdio e indignação diante da ameaça do sr. ministro da Justiça em intervir na Polícia do Distrito Federal, justificando para tal algumas manifestações pacíficas dos sem-terra."
José Neves Filho, presidente da Federação dos Trabalhadores no Comércio do Distrito Federal (Brasília, DF)

(In)segurança
"Maravilhoso este Natal: uma polícia do futuro e bandidos do presente!"
Paulo de Tarso Moroni Porrelli (Osasco, SP)
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"O governo, negligenciando a tarefa de prover segurança, abandona o cidadão à própria sorte, ficando este na arena, sempre perdedor, quer matando, quer morrendo."
Cleveland Araújo (Recife, PE)

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