São Paulo, quarta-feira, 17 de dezembro de 1997
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Vítima de assalto reconhece criminoso

FABIO SCHIVARTCHE
DA REPORTAGEM LOCAL

Um homem de cerca de 30 anos, morador de Osasco (Grande São Paulo), reconheceu ontem o carpinteiro Antonio Ribeiro da Costa, 30, como um assaltante que usa a tática da batida para roubar.
Esse homem, cuja identidade não foi revelada pela polícia, foi vítima, no dia 28 de novembro, de um assalto com as mesmas características pelas quais a gangue da batida se tornou conhecida.
Além de ter sido roubado, os ladrões deram coronhadas em sua cabeça com o cano de um revólver, depois de terem provocado uma leve colisão entre os carros.
Costa e o marceneiro Pedro Santos Lira, 27, haviam sido presos pela PM num Uno roubado no último domingo. Os dois apontaram o mecânico José Ribamar Vieira da Silva, 38, como sendo o dono do carro. Ribamar foi preso em sua casa no mesmo dia, onde a PM encontrou um revólver calibre 38.
As suspeitas de que os três faziam parte da gangue da batida surgiram porque o Uno estava batido na frente e porque eles estavam com vários cartões de banco com nomes diferentes.
No entanto, três vítimas da gangue que só ataca mulheres estiveram anteontem no 27º DP e não reconheceram os três presos.
Uma única mulher, identificada como V., reconheceu Lira como sendo a pessoa que bateu no seu carro, na rua Vergueiro. Segundo ela, Lira estava sozinho e chegou a ameaçá-la com uma arma, mas não anunciou assalto.
A identidade da vítima que reconheceu Costa não foi revelada porque, segundo o delegado-titular da 2ª seccional (região Sul), Romeu Tuma Júnior, a ação da imprensa tem atrapalhado a investigação.
"A imprensa está divulgando o nome das vítimas e acaba intimidando outras pessoas que também foram violentadas. Elas se sentem constrangidas, têm medo de represálias e não fazem o boletim de ocorrência ou não prestam depoimento", afirma Tuma Júnior, que também não acredita que todos esses crimes tenham sido cometidos por apenas uma gangue.
Questionado sobre os motivos que levaram a polícia a divulgar nomes de alguns suspeitos de participação nos crimes, ele disse que "a imprensa foi atrás". "Nossa intenção não é aparecer", afirmou.

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