São Paulo, quarta-feira, 17 de dezembro de 1997
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Obras e cultura perdem 10% de verbas

MAURÍCIO RUDNER HUERTAS
DA REPORTAGEM LOCAL

A Câmara Municipal de São Paulo aprovou ontem em primeira votação, por 36 votos a 19, um projeto substitutivo à proposta orçamentária para 98 elaborada pelo prefeito Celso Pitta e pelo secretário das Finanças, José Antonio de Freitas.
A mudança preparada pela Comissão de Finanças e Orçamento da Câmara, composta por vereadores da bancada governista, tirou mais R$ 53 milhões -ou 10% do total- da verba destinada à Secretaria de Vias Públicas, pasta ocupada por Reynaldo de Barros.
Também a Secretaria da Cultura perdeu 10% dos recursos previstos para 98 -ou R$ 12 milhões.
A ordem para a aprovação da mudança partiu do secretário municipal de Governo, Edevaldo Alves da Silva, em telefonema ao presidente da Câmara, Nelo Rodolfo.
As obras que perderam recursos fazem parte das prioridades estabelecidas por Reynaldo de Barros para o próximo ano -todas iniciadas pelo ex-prefeito Paulo Maluf (1993-96) e consideradas por ele suas bandeiras eleitorais.
Perderam verbas, por exemplo, as obras do "cebolinha" da Sena Madureira e dos sistemas viários Jacu-Pêssego e Anhangabaú-São João, além da pavimentação da avenida Água Espraiada.
Cerca de R$ 39,5 milhões foram transferidos para a Secretaria das Administrações Regionais -órgão controlado pelos vereadores governistas.
Outros R$ 33 milhões permanecem nas mãos de Reynaldo de Barros, mas restritos à ampliação e manutenção da rede de iluminação pública -que teve sua dotação orçamentária quintuplicada.
Entre outros projetos que perderam dinheiro estão a construção de pontes e pontilhões e a pavimentação de ruas e avenidas.
Na Secretaria da Cultura, perderam verbas a construção e reforma de casas de cultura, a operação e manutenção de teatros e escolas de arte e a ampliação e encadernação do acervo das bibliotecas públicas.
A Prefeitura de São Paulo estima o total de despesas e receitas para 98 em R$ 8,4 bilhões -um crescimento de 21% em relação a 97.
Esses valores são considerados impraticáveis pela oposição, diante da perspectiva recessiva para 98.

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