São Paulo, quarta-feira, 17 de dezembro de 1997
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Vendas reagem, mas calote tem recorde

SIMONE CAVALCANTI
DA REPORTAGEM LOCAL

O comércio está comemorando o aumento das vendas neste final de ano, mas a inadimplência registrou novo recorde em números absolutos.
A Associação Comercial do Estado de São Paulo divulgou ontem que as consultas ao Telecheque registraram alta de 8,4% no último final de semana em relação ao passado, enquanto as ao SPC (Serviço de Proteção ao Crédito) tiveram queda de 14% no mesmo período.
O Telecheque registrou 199,9 mil consultas, contra 184,4 mil na semana anterior. Já o SPC foi consultado 139,4 mil vezes no segundo final de semana deste mês e 162,2 mil no primeiro.
Para Marcel Domingos Solimeo, economista da entidade, a queda das vendas com pagamento a prazo -em função da elevação das taxas de juros- fez com que um valor maior fosse destinado para compras à vista.
"Com a redução do consumo pelos bens duráveis, os produtos mais acessíveis acabam ganhando mercado", disse.
A associação estima que, apesar do aumento do movimento na primeira quinzena do mês, as vendas devem ser cerca de 5% inferiores às do ano passado.
A tendência de desaceleração das vendas do comércio está se revertendo em relação ao ano passado. "Em 96, tivemos o primeiro semestre desaquecido, mas o cenário se reverteu com as vendas do Natal. Neste ano, as quedas ocorreram no final do ano."
As perspectivas do comércio para o primeiro trimestre de 98, tanto no varejo quanto na indústria, também não são animadoras.
Segundo o economista, o movimento do comércio será fraco, estendendo o desaquecimento para a indústria, que está com grandes estoques e praticamente sem perspectivas de desovas após o Natal.
Significa dizer que, de cada 100 consumidores, 19,8 não estão pagando os carnês em dia. Em números absolutos, de janeiro a novembro, são 3 milhões de consumidores atrasando o crediário.
O pico do calote no Real foi em 95, quando, de abril a junho, o calote atingiu 30% dos consumidores. A média do ano foi de 21,5% dos 2 milhões de compradores.
O número de cheques sem fundos registrados neste ano pela entidade está em torno de 20 milhões. Em 96 foram 12 milhões, contra 11,6 milhões em 95.
Mais baratos
A procura do consumidor por produtos mais baratos está fazendo com que as vendas nos segmentos de pequenos presentes -vestuários, calçados, CDs etc.- mostrem aquecimento.
No Ática Shopping foram comercializados 8.000 CDs no segundo final de semana do mês -aproximadamente 30% a mais do que no primeiro.
O volume de vendas do Osasco Plaza Shopping cresceu 8%, proporcionando faturamento 2% superior ao do primeiro final de semana anterior.
O shopping Ibirapuera calcula em 8% o aumento das vendas neste fim de semana sobre o anterior.

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