São Paulo, quarta-feira, 17 de dezembro de 1997 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Vascaínos decidem punição de Edmundo MÁRIO MAGALHÃES MÁRIO MAGALHÃES; SÉRGIO RANGEL
O Tribunal Especial da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), que deve julgar amanhã ou sexta-feira o atacante Edmundo (Vasco), foi composto na maioria das sessões deste ano por 29% de vascaínos e 100% de torcedores de clubes cariocas. A forte presença vascaína não assegura que Edmundo, expulso no Morumbi, vá ser absolvido e jogue a decisão do Brasileiro, contra o Palmeiras, domingo no Maracanã. O Tribunal Especial, primeira instância da Justiça esportiva, teve a presença assídua, neste ano, de sete membros. Cinco deles, advogados, torcem para o Flamengo: Luiz Cláudio Bezerra de Menezes, presidente do órgão, André Martins, Édson Francez, Édson Abbês e Mário Alberto Pucheu. Os outros dois são vascaínos: o advogado Paulo Elísio de Souza e o promotor de Justiça aposentado Paulo Rodrigues. O botafoguense Sérgio Zveiter quase não compareceu ao tribunal em 97. O ex-presidente do Botafogo Emmanuel Viveiros de Castro, cerca de três vezes. A presença exclusivamente de torcedores de clubes do Rio no Tribunal Especial e no STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) contrasta com a composição de instâncias nacionais da Justiça brasileira. Os juízes do STF (Supremo Tribunal Federal), localizado em Brasília, são oriundos de vários Estados. Os tribunais da CBF são baseados no Rio e só têm auditores residentes no Estado. Clubes gaúchos, mineiros, paulistas e de outros Estados já protestaram contra a composição carioca dos tribunais da CBF. "Não vejo dificuldades maiores para julgar um clube", afirma Paulo Elísio de Souza, auditor do Tribunal Especial. "O auditor não tem clube, quem torce é o desportista. Nenhum auditor tem clube. Já condenei vários jogadores do Vasco." No julgamento de Edmundo pela expulsão na partida em que o atacante chamou o árbitro cearense Dacildo Mourão de "paraíba", Souza votou, de fato, pela suspensão por vários jogos. A maioria dos auditores, porém, votou por uma punição pecuniária, sem suspensão. O Palmeiras, embora não tenha torcedores nos tribunais da CBF, já foi favorecido com decisões cujo conteúdo agora critica. Os auditores, profissionais bem-sucedidos, não recebem salário. A CBF lhes paga apenas um jantar após as sessões. Pela Lei Zico (1993), a CBF não poderia continuar indicando todos os membros dos tribunais, mas a prática não mudou. Texto Anterior: Seleção atrapalha preparação de Polti para final do Paulista Próximo Texto: Dirigente vai à sede da CBF Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |