São Paulo, quarta-feira, 17 de dezembro de 1997
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Lei anti-Japão vira trunfo eleitoral

Países alimentam rixa nascida há mais de 90 anos

OSCAR PIAGALLO
DO ENVIADO ESPECIAL

O novo presidente da Coréia do Sul vai rever a proibição de importar produtos da cultura popular do Japão.
A lei, polêmica, reflete a forte rejeição da sociedade coreana ao país vizinho, mais de 50 anos após o fim da ocupação japonesa, que durou 35 anos.
A promessa foi feita pelos principais candidatos.
Lee Hoe Chang, da situação, foi o mais cauteloso: disse que o momento da abertura seria decidido levando-se em conta o sentimento da geração mais velha, que viveu sob o domínio japonês.
Essa geração foi testemunha da campanha do Japão para acabar com a nação coreana.
A ocupação da Coréia começou em 1905, quando o país foi usado como base japonesa na guerra contra a Rússia, e se consolidou cinco anos mais tarde, quando foi anexado pelo Japão.
A situação durou até a derrota do Japão na Segunda Guerra Mundial, em 1945.
Nesse período, o controle japonês foi total. Os coreanos, que foram obrigados até a adotar nomes japoneses, eram usados como mão-de-obra barata para produzir material bélico.
As marcas do sentimento antijaponês estão espalhadas por todos os cantos.
No Museu Nacional, um painel para orientar turistas menciona meia dúzia de vezes a "ocupação ilegal das forças imperialistas do Japão" ao se referir à quase total destruição do Palácio Cyongboccung, a principal herança arquitetônica do país.
A rejeição ao Japão coexiste com as intensas relações comerciais e financeiras entra os dois países. Segundo a corretora Goldman Sachs, os bancos japoneses são os mais comprometidos com a Coréia, onde têm emprestados US$ 24 bilhões.
(OP)

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