São Paulo, quarta-feira, 17 de dezembro de 1997
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País vive ressurgimento do terrorismo

DA REPORTAGEM LOCAL

As medidas de segurança foram reforçadas no Peru porque existem indícios de que o MRTA conseguiu reorganizar parte de suas células situadas na região central e na capital do país.
Durante a retomada da casa do embaixador japonês pelas forças de segurança, o movimento sofreu um duro golpe com a morte de seu principal líder, Néstor Cerpa Cartolini, e de outros 13 integrantes.
Em outubro, no entanto, uma divisão antiterrorista do Exército encontrou armas e explosivos com membros do MRTA presos na cidade de Huancayo, nos Andes.
Surgiu, então, a suspeita de que a organização terrorista, criada em 1982 por uma facção do Partido Socialista Revolucionário, marxista-leninista, estaria recebendo ajuda de bases situadas na Bolívia.
O governo também trabalha com a informação de que o novo líder do MRTA seria Hugo Avellaneda Valdez, conhecido como "camarada Eloy". Ele teria retornado da Europa, onde vivia, em março.
Em maio, o Ministério do Interior ofereceu US$ 75 mil de recompensa para quem der uma pista correta sobre Valdez.
Se existem indícios de que o MRTA está tentando se reorganizar, já há certeza de que o Sendero Luminoso, a principal organização terrorista do país, conseguiu recuperar parte de sua força.
O grupo guerrilheiro, de inspiração maoísta, causou cerca de 30 mil mortes entre os peruanos desde os anos 80, além de trazer prejuízos de cerca de US$ 25 bilhões.
Em 92, seu líder máximo, Abimael Guzmán, foi preso. Foi um dos trunfos do primeiro mandato de Fujimori, iniciado em 90.
Em agosto último, o grupo provou estar novamente na ativa, ao sequestrar 29 trabalhadores de uma empresa de exploração de petróleo, no distrito de San Martín de Pangoa (350 km a leste de Lima).
Em novembro, seis soldados morreram e sete ficaram feridos numa emboscada praticada pelo Sendero na selva peruana.
Seu novo líder é Oscar Ramírez Durán, conhecido como Feliciano. De acordo com Carlo Tapia, um especialista em terrorismo peruano ouvido pela Folha, o Sendero conta hoje com cerca de 300 membros. No auge de sua força, o grupo tinha em torno de 4.000 integrantes.

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