São Paulo, sexta-feira, 19 de dezembro de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

AL pode ficar sem direito e administração

MARCELO TEIXEIRA
DA AGÊNCIA FOLHA

O Estado de Alagoas poderá ficar sem cursos de administração de empresas e direito caso o MEC (Ministério da Educação e Cultura) decida realizar o descredenciamento dos cursos que receberam conceito E duas vezes seguidas.
Esses cursos da Ufal (Universidade Federal de Alagoas) e do Cesmac (Centro de Estudos Superiores de Maceió) receberam conceito E nos provões realizados pelo MEC em 1996 e 1997.
O pró-reitor de Graduação da Universidade Federal de Alagoas, Eduardo Lyra, não acredita na possibilidade de descredenciamento. Ele disse que o resultado do provão teve forte influência do boicote dos alunos.
"No curso de engenharia civil, dos 67 cadastrados para as provas, só 17 responderam."
Para Lyra, o MEC errou ao decidir computar as provas deixadas em branco para chegar à média do curso. Ele cita a avaliação realizada pela comissão de especialistas do ministério, que qualificou o curso de direito como bom, em pesquisa realizada no fim de novembro.
O reitor da Ufal, Rogério de Moura Pinheiro, afirmou que o provão não será utilizado como único método de avaliação para um possível descredenciamento. "Isso é impossível. Nós estamos apenas no início do processo de avaliação dos cursos brasileiros."
O subsecretário estadual da Educação, Washington Luiz de Souza Azevedo, afirmou que os resultados do provão não têm qualquer relação com o nível de ensino da rede pública estadual.
"Nós cuidamos do ensino básico e secundário. A nossa responsabilidade vai até o ponto de colocar o aluno na faculdade. Daí pra frente é com o MEC e com as faculdades", afirmou.
A assessoria de comunicação do Cesmac informou que ainda não recebeu do MEC os dados oficiais do provão e que, por isso, não avaliaria os resultados publicados pela Folha anteontem.
O Cesmac informou que está tentando melhorar o nível dos professores de Administração por meio de um convênio com a Fundação Getúlio Vargas, fechado em novembro deste ano. A fundação vai realizar cursos de pós-graduação em Maceió, com professores e material didático próprios.

Texto Anterior: Particular vai pagar formação de professor
Próximo Texto: Boicote é prejudicial, diz aluna
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.