São Paulo, sábado, 20 de dezembro de 1997
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Rua comercial tem até 15 armas por quadra

MARCELO OLIVEIRA
ANDRÉ LOZANO

MARCELO OLIVEIRA; ANDRÉ LOZANO
DA REPORTAGEM LOCAL

Número de seguranças sobe 87,5% em 5 anos no Estado de SP; média chega a 7 por quarteirão no centro

A paranóia provocada pela crise de insegurança dos últimos meses e a proximidade do Natal provocaram um aumento na procura pela segurança privada nas áreas comerciais da cidade de São Paulo.
Apenas em um quarteirão da rua Oscar Freire, rua comercial nos Jardins (zona sudoeste), no trecho entre as ruas Haddock Lobo e Augusta, a Folha encontrou 15 seguranças, todos armados.
Num trecho de três quarteirões, entre a rua da Consolação e a Augusta, das 19h às 22h, quando os restaurantes e o comércio estão abertos, a concentração de seguranças chega a 26 homens.
Uma joalheria, localizada neste trecho da Oscar Freire tem um esquema de segurança composto por cinco homens.
A Folha também esteve na rua 25 de Março, no centro. Lá, 23 policiais militares fora do horário de serviço fazem a segurança de dois quarteirões entre as ruas Afonso Kherlakian e Virgínia Sales.
O pico do efetivo de segurança privada acontece das 13h às 18h30, quando 11 seguranças tomam conta dos dois quarteirões.
Tomando as duas áreas como representativas, pode-se deduzir que o comércio na região central da cidade chega a registrar, no pico, uma média de sete seguranças armados por quarteirão.
O número impressiona mais ao ser comparado com o da presença da PM nas duas ruas no período em que a reportagem foi realizada.
A Folha esteve uma hora em cada uma das ruas. Na Oscar Freire, das 13h às 14h, a PM não passou.
Na 25 de Março, das 15h40 às 16h40, três duplas de policiais passaram a pé pelo trecho e um carro com dois policiais parou por 20 minutos no local.
Procura cresce
Dados da Federação dos Vigilantes de São Paulo mostram que o número de seguranças particulares no Estado cresceu 87,5% nos últimos cinco anos -de 80 mil, em 1993, para 150 mil, até novembro deste ano.
"Com a concentração de renda, temos o aumento da miséria e, em consequência, dos pequenos roubos. Por isso, deixam de ser apenas os bancos e as grandes indústrias que precisam ter segurança privada, mas os comerciantes também", disse Carlos Roberto Silveira, da Federação dos Vigilantes.
Segundo o Sesvesp (sindicato das empresas de segurança), o mercado da vigilância privada movimenta cerca de R$ 1 bilhão ao ano no Estado de São Paulo -cerca de R$ 4,5 bilhões/ano no país.

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