São Paulo, sábado, 20 de dezembro de 1997
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Ásia volta a derrubar mercado global

DA REDAÇÃO

A crise asiática voltou ontem a assustar os principais mercados acionários do planeta.
Dois fatores concorreram para a volta do efeito-dominó: a vitória da oposição nas eleições da Coréia e o pedido da concordata da japonesa Toshoku, empresa do setor alimentício.
A quebra da empresa -que não tem como honrar compromissos de US$ 5,03 bilhões- é a terceira maior desde a Segunda Guerra Mundial.
O índice Nikkei, que reúne as principais ações negociadas na Bolsa de Tóquio, desabou 5,24% e fechou em 15.314,89 pontos -a maior queda em um só dia.
O tombo da Bolsa de Seul foi de 5,13%. O won, a moeda local, também mergulhou e fechou o dia com desvalorização de mais de 5% em relação ao dólar.
O efeito foi sentido em todos os mercados, começando pela Europa, onde a Bolsa de Londres, a maior do continente, chegou a cair mais de 3%, fechando com queda de 2,87%.
A Bolsa de Nova York, a maior do planeta, não ficou imune a mais um dia de tensão na Ásia. Teve forte oscilação durante todo o dia.
Wall Street reagiu no final do pregão, quando várias empresas começaram a recomprar suas próprias ações, e fechou com queda de 1,15%.
A Bolsa de São Paulo refletiu mais a tendência de Nova York e acompanhou as oscilações do mercado norte-americano, chegando a registrar baixa de 6% durante o pregão.
Colada em Nova York, a Bovespa reagiu e fechou com queda de 3,62%.
Em Seul, nem mesmo um discurso do diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Michel Camdessus, pedindo "harmonia política" e a liberação de uma parcela US$ 3,5 bilhões do empréstimo para o país deu ânimo ao mercado.
O temor de uma moratória, mesmo depois do acordo com o FMI, ainda preocupa os investidores do país.
No Japão -que ontem chegou a liberar um crédito-ponte de US$ 1,3 bilhão para a Coréia-, a preocupação é que a falência da Toshoku gere uma onda de quebradeira.

LEIA MAIS sobre a crise na Ásia na Pág. 2-7

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