São Paulo, sábado, 20 de dezembro de 1997 |
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Volks inicia na 2ª nova negociação
CLAUDIA VARELLA
Segundo o presidente do sindicato, Luiz Marinho, 38, uma das propostas da Volks é deixar de pagar a PLR (Participação nos Lucros e Resultados) no ano que vem. Neste ano, cada funcionário recebeu R$ 2.680 a título de PLR. "Uma das propostas que a companhia gostaria é de que em 98 a gente concordasse, já que não vai ter nenhum centavo de PLR. É claro que nós não vamos concordar com isso", afirmou Marinho. O não-pagamento de PLR está dentro da proposta de redução de benefícios. Seriam reduzidos ainda o subsídio à assistência médica (de 85% para 50%), o adicional noturno e as horas extras. O transporte interno dos funcionários seria cortado e o pagamento da primeira parcela do 13º salário, adiado. Haveria também, de acordo com a proposta da Volks, um congelamento das faixas salariais e o corte das folgas aos sábados. A montadora, no entanto, não confirma oficialmente essas propostas, mas diz não ter desistido de discutir redução de 20% da jornada de trabalho e dos rendimentos dos funcionários e de terceirizar 3.000 funcionários, criando a Volkswagen Serviços. O diretor de Recursos Humanos da Volkswagen, Fernando Tadeu Perez, 43, não quis comentar ontem o teor das propostas que estão sendo discutidas com o sindicato. "Nós precisamos negociar para achar de onde vamos tirar o dinheiro", afirmou ontem à Agência Folha. Segundo ele, a Volks precisa economizar R$ 200 milhões. Perez disse estar otimista quanto a um acordo a ser firmado com o sindicato. "Acho que a gente já caminhou bastante para isso." A folha de pagamento da montadora é de R$ 1,1 bilhão por ano. Se computados os benefícios, a folha passa para R$ 1,3 bilhão/ano. Marinho disse que estão descartadas demissão em massa e redução de salário. O sindicato vai continuar defendendo a ampliação do banco de horas (trabalhar quatro dias por semana agora e, após três meses, compensar com seis dias semanais), e a mobilidade entre funcionários de diversos setores. Mercedes A Mercedes-Benz decidiu substituir cem funcionários considerados de baixa produtividade por cem profissionais que teriam, no final de dezembro, seu contrato temporário não renovado com a montadora. As substituições começaram nesta semana e vão terminar no final do mês, sem alterar o quadro fixo de pessoal da empresa. A unidade da Mercedes em São Bernardo (Grande São Paulo) tem 10,1 mil funcionários. Segundo a assessoria de imprensa da montadora, os critérios para selecionar os cem funcionários que serão demitidos foram a baixa produtividade e a falta ao trabalho. Texto Anterior: Anfavea faz crítica ao Ipea Próximo Texto: Argentina tem plano para real desvalorizado Índice |
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