São Paulo, sábado, 20 de dezembro de 1997
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Bolsa brasileira é 3ª mais valorizada

Perde só para México e Taiwan, diz a CVM

DA SUCURSAL DO RIO

As Bolsas brasileiros tiveram a terceira maior valorização em dólar entre os principais mercados do mundo, segundo um levantamento da CVM (Comissão de Valores Mobiliários).'
Com critérios que levaram em conta a valorização, ou desvalorização, cambial e a variação dos índices das Bolsas, a CVM concluiu que, após a crise iniciada no fim de outubro, a recuperação da Bolsa brasileira foi de 8,38%, perdendo para a do México (13,65%) e a de Taiwan (9,16%).
O presidente da CVM, Francisco Augusto da Costa e Silva, informou que o mercado de valores mobiliários recebeu R$ 20 bilhões em novos recursos. Essa poupança veio por intermédio de novas emissões de ações, debêntures, notas promissórias (commercial papers) e distribuições secundárias.
"É um número significativo para um mercado emergente", disse. "Se não fosse a crise de outubro, este teria sido um ano de ouro para o mercado de capitais."
Em 96, entraram R$ 11,5 bilhões em novos recursos, informou o assessor econômico da CVM, Fernando Travassos.
O balanço da CVM mostra que as negociações diárias das Bolsas passaram de US$ 469,9 milhões, em 96, para US$ 832,7 milhões, conforme estimativas para o fim do ano. E subiu de 925 para 967 o número de companhias abertas no país.
"No ano que vem, deve crescer ainda mais com a divisão do Sistema Telebrás em três empresas, a cisão das operações para a banda A e a banda B."
Costa e Silva disse ainda que a tendência é de se reduzir a concentração de alguns papéis na Bolsa, já que "não haverá mais uma Telebrás que, com um espirro, abala todo o mercado".'
A grande meta para 98, segundo Costa e Silva, é aumentar a participação da poupança interna no mercado de capitais, além de reforçar as regras do mercado. "Assim, diminui o peso dos investidores externos, aumenta a liquidez do mercado interno, que é um importante instrumento de capitalização para as empresas", disse.
"Com esse crescimento do mercado, o sistema de distribuição, hoje distante dos investidores, deve estar aparelhado para atendê-los."
Boi gordo
Entre as várias regulamentações que a CVM deverá baixar ainda no primeiro semestre de 98, estão os contratos de venda de boi gordo. Costa e Silva disse que a instrução está pronta.
Só falta o presidente Fernando Henrique assinar a MP (Medida Provisória) que dá à CVM jurisdição sobre o assunto, o que poderá acontecer durante a convocação extraordinária do Congresso, em janeiro.

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