São Paulo, sábado, 20 de dezembro de 1997
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Empresa quebra e derruba Bolsa de Tóquio

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O pedido de concordata da companhia alimentícia japonesa Toshoku e o temor de que outras empresas e bancos quebrem no Japão provocaram ontem novas desvalorizações na Bolsa de Tóquio e no iene, a moeda local.
O índice Nikkei -que reúne as principais ações negociadas na Bolsa de Tóquio- teve queda de 5,2% e fechou a 15.314,89 pontos. Esta semana, o índice Nikkei perdeu 3,7%.
Analistas avaliam que o Nikkei continuará em queda na próxima semana e deverá oscilar em torno dos 15.000 pontos.
O iene foi cotado ontem a 128,50 por dólar norte-americano, contra 125 do dia anterior.
A queda do iene contribuiu para a desvalorização de outras moedas asiáticas, que vinham se recuperando nos últimos dias.
As Bolsas de Valores da Ásia e da Europa também refletiram o clima de pessimismo do mercado financeiro do Japão.
Investidores estão pessimistas em relação aos efeitos do plano do governo japonês para reaquecer a economia do país anunciado na última semana.
O plano inclui a redução de cerca de US$ 15 bilhões em impostos e a emissão de US$ 77 bilhões em bônus do governo.
Analistas afirmam que as medidas não serão suficientes para recuperar a economia do país, atualmente em fase de estagnação.
As medidas representam uma mudança na política econômica do governo. O premiê, Ryutaro Hashimoto, defendia a austeridade fiscal e relutava em injetar recursos públicos na economia.
A Toshoku, uma das maiores companhias do país, pediu proteção judicial contra credores.
A empresa não tem como pagar suas dívidas, que estão avaliadas em US$ 5,03 bilhões.
Essa é a terceira maior falência que aconteceu no Japão desde a Segunda Guerra.
"Os efeitos da quebra da Toshoku definitivamente serão conhecidos na próxima semana", afirmou um investidor japonês.
Crédito
A agência de qualificação de crédito norte-americana Moody's Investors Service anunciou ontem que pode rebaixar o banco Sakura, uma das maiores instituições financeiras do Japão, devido à baixa qualidade dos seus ativos.
O Sakura é um dos maiores credores da Toshoku, que deve ao banco cerca de US$ 1,26 bilhão.
Em comunicado oficial, o Sakura anunciou que iria melhorar a qualidade dos seus ativos e recuperar dívidas vencidas até março do próximo ano.
"Nós continuaremos a conversar com a Moody's e estamos certos de que obteremos sua compreensão", afirmou o banco.

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