São Paulo, sábado, 20 de dezembro de 1997
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Bovespa cai até 6% e se recupera com NY

LUIZ CINTRA
DA REPORTAGEM LOCAL

"É a Ásia de novo", comentava ontem à tarde um desanimado operador do mercado financeiro, que a essa altura via a Bolsa de São Paulo despencar 6%, no pior momento do dia, seguindo o pessimismo que havia derrubado os mercados europeus e fazia o de Nova York cair 2,5%.
A quebra de uma das maiores empresas do setor de alimentos do Japão e resultados ruins de empresas norte-americanas com forte presença na Ásia, como a Nike, foram os fatos mais relevantes.
Para o mercado, eles têm um significado bastante específico: a crise que teve início no sistema financeiro começa a fazer vítimas no que os analistas chamam de setor real da economia, reduzindo os lucros e por consequência o valor de mercado das empresas, realimentando assim os problemas dos bancos e corretoras.
Logo no início da tarde o mundo real decidiu contra-atacar: a General Electric, a maior corporação do mundo, anunciou que está disposta a recomprar suas ações, para evitar que as cotações continuem caindo. E completou a informação: estaria disposta a gastar até US$ 4 bilhões na operação.
Foi como um jato d'água no incêndio que atingia as Bolsas. A de Nova York reduziu sua queda de 2% para 1%, o que fez as ações na Bolsa de São Paulo também se recuperarem um pouco e fecharem com queda de 3,62%.
Os papéis brasileiros negociados no mercado nova-iorquino também sentiram os efeitos dessa nova rodada de turbulência. Os títulos da dívida brasileira do tipo C-bond, que indicam a confiança dos investidores estrangeiros na economia brasileira, encerraram o dia com desvalorização de 4%.
Dólar e juros
No mercado brasileiro, o nervosismo se concentrou mesmo nas Bolsas. Dólar e juros naturalmente reagiram, ajustando para cima as cotações e as taxas projetadas nos negócios do mercado futuro. Mas a reação esteve longe do pânico, inclusive porque a maioria dos investidores já reduziu o ritmo dos negócios por conta da proximidade do Natal e do Ano Novo.

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