São Paulo, sábado, 20 de dezembro de 1997
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Segunda parcela do 13º anima as vendas

MAURO ARBEX
DA REPORTAGEM LOCAL

O movimento do comércio deve voltar a crescer neste final de semana, com o pagamento da segunda parcela do 13º salário.
As vendas reagiram nas últimas duas semanas, mas é a partir de hoje que os lojistas vão saber se conseguem repetir o Natal do ano passado.
"Este é o fim-de-semana decisivo. O pico de vendas deve ocorrer de hoje até segunda-feira", afirma Emílio Alfieri, economista da Associação Comercial de São Paulo.
Até a última quinta-feira, as vendas à vista, de produtos de menor valor, vinham predominando na cidade de São Paulo.
As consultas ao Telecheque, indicador dos negócios à vista, cresceram cerca de 25% em relação ao mesmo período de novembro e quase 29% em comparação com outubro, conforme dados da associação comercial.
Para a Federação do Comércio do Estado de São Paulo, este final de semana deve concentrar cerca de 50% das vendas para o Natal deste ano.
"Não devem ser bens de grande valor. O consumidor vai preferir pequenos presentes, com CDs, perfumes, livros e roupas", afirma Antônio Carlos Borges, diretor-executivo da federação.
O ritmo de crescimento das vendas à vista, que demonstra a preferência do consumidor por esses artigos mais baratos, está sendo forte. Conforme Alfieri, as consultas ao Telecheque cresceram de 84,9 mil na quarta-feira para 90,1 mil no dia seguinte, e se mantêm em alta.
Já as consultas ao Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), que mede as vendas a prazo, ficaram praticamente estáveis naqueles mesmos dias, na faixa das 65 mil consultas.
"Após o susto com a alta de juros e com o pacote fiscal anunciado pelo governo, o consumidor foi voltando lentamente às compras", diz Carlos Borges.
A federação, que chegou a prever, após o pacote, queda de 6% no faturamento real do comércio e de 3% nas vendas físicas em dezembro, está mais otimista. Segundo Borges, o faturamento ainda deve cair, em cerca de 4%, mas as vendas físicas podem se igualar às de dezembro do ano passado.
Uma das maiores redes de eletroeletrônicos do país, a Ponto Frio, também já sentiu a recuperação nas vendas.
Segundo o diretor regional de São Paulo da rede, Elias Deiab, as 76 lojas localizadas no Estado devem fechar dezembro com um faturamento quase empatado com dezembro do ano passado.
"Até hoje (sexta-feira), nosso faturamento é 12% menor, mas as vendas dos próximos dias podem levar a uma recuperação nesta reta final", diz Deiab.
Prazos menores
Mesmo que haja recuperação no Natal, a Ponto Frio deve fechar o ano com queda na receita em torno de 20%. A expectativa do diretor regional é de um faturamento, em todo o país, de US$ 2 bilhões, contra os US$ 2,2 bilhões registrados no ano passado.
Conforme Deiab, o consumidor está reduzindo os prazos de compra e se preocupando em se endividar menos. Nas lojas da Ponto Frio, a maior parte das vendas está sendo realizada com prazos de, no máximo, seis meses.

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