São Paulo, sábado, 20 de dezembro de 1997 |
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Contrato da 'light' exige mais atenção
GABRIEL J. DE CARVALHO
Apesar de os juros serem de 12% ao ano (mais TR), igual ao limite no SFH, o contrato é semelhante ao da carteira hipotecária normal. O reajuste será mensal, pela TR, porém sem cláusulas que resguardem o mutuário de eventual descompasso entre renda e prestação. No SFH, o reajuste em contratos pelo PCR (Plano de Comprometimento da Renda), modalidade que vem atendendo à classe média desde 1993, também é mensal e pela TR. A prestação, entretanto, pode ser rebaixada toda vez que comprometer mais de 30% da renda. Quando isso ocorre, a diferença pode ser acertada após a data-base do mutuário ou incorporada à dívida, alongando-se o prazo. Mesmo não tendo uma cláusula desse tipo, eventual aperto financeiro do mutuário da "light" certamente será contornado numa renegociação, afirma Milton Monteiro, vice-presidente do banco Itaú, que já oferece a "light". "O objetivo nunca é retomar o imóvel", diz ele. Fábio de Araújo Nogueira, diretor do BankBoston, concorda. A imagem de que qualquer inadimplência leve a uma ação para retomada do imóvel é equivocada, diz ele. "Todos os bancos apresentam alternativas ao cliente." Ele e Monteiro dizem que a "light" vai atender principalmente aos profissionais autônomos, que não tinham como comprovar renda no sistema tradicional. O assalariado pode optar pelo PCR. "O PCR restringe as possibilidades de contratação", diz Monteiro. A questão da renda também amarra o PCR porque os bancos, para evitar que o limite de 30% seja logo estourado, exigem que a prestação inicial comprometa entre 20% e 25%. Com isso, os candidatos a mutuário precisam comprovar renda mais elevada. Na "light", afirma Monteiro, não há necessidade de comprovação de renda como no SFH. O banco vai analisar as condições gerais do cliente, seu cadastro etc. A prestação na "light" ficará mais baixa porque os seguros de vida e de danos físicos ao imóvel podem ser negociados livremente no mercado. No SFH o seguro é tabelado e bem mais caro. Monteiro estima em cerca de 7% a diferença nas prestações. Enquanto no SFH os dois seguros equivalem a cerca de 15% do valor da prestação básica, na "light" ficam em torno de 7%. Texto Anterior: Encol consegue concordata Próximo Texto: As mudanças nos financiamentos para a habitação Índice |
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