São Paulo, sábado, 20 de dezembro de 1997 |
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Último capítulo
JOSÉ HENRIQUE MARIANTE A novela Senna, enfim, acabou. Não há muito a dizer. Era quase certo que a Justiça italiana não teria como condenar algo ou alguém.Após 42 meses de perícia, depoimentos e testemunhos, chegou-se à conclusão de que a barra quebrou mesmo. Antes ou depois do choque, ninguém nunca vai saber. Senna não estava a bordo daquele Williams por prazer. Estava trabalhando fora do limite para segurar um novo oponente, então apenas um alemão metido a besta chamado Michael Schumacher. E, minutos depois do acidente, um fotógrafo captou, numa única imagem, o que aconteceria com a F-1 a partir daquele momento: Schumacher, de pé, fora do carro, este já estacionado no grid, sozinho, olhando na direção da Tamburello. Apesar do capacete, a postura passa uma impressão de impaciência. O futuro bicampeão mundial e estrela máxima ferrarista, melhor da atualidade para alguns, canalha e antiesportista para outros, espera no córner neutro o oponente parar de sangrar para o juiz restabelecer o combate. Nocaute técnico não vale. É preciso sentir a satisfação de derrubar o adversário. Mas Senna não se levantou mais. E Schumacher lutou sozinho pelos anos seguintes até alguém ter a idéia de amarrar-lhe um braço para reequilibrar a disputa. Apenas isso aconteceu nos últimos quatro anos da F-1. * Jackie Stewart deu uma belíssima resposta a seus detratores nesta semana. Após a tentativa de imolação pública feita pela FIA, aparece com um pacote financeiramente superior ao da temporada de estréia. E se dando ao luxo de abrir mão do cigarro, feito que incomoda aos que precisam provar desesperadamente que a indústria de tabaco é imprescindível para a sobrevivência do esporte. Texto Anterior: Violência e moralidade no futebol brasileiro Próximo Texto: Kanaan assina; Lançamentos; Dúvidas Índice |
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