São Paulo, sábado, 20 de dezembro de 1997
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Esse serviço é legal?

Regina Franco, 42, do Procon, que defende o consumidor, disse à Folhinha que o Procon recebe reclamações sobre essas ligações. O Procon acha que os números de telefones que são pagos, conhecidos como "disque entretenimento", deveriam entrar na rede telefônica bloqueados. As pessoas que querem ter acesso aos números precisariam ir à telefônica e pedir o desbloqueamento.
Enquanto isso não acontece, o Procon recomenda que os pais conversem com os filhos e expliquem a eles que tipo de serviço é esse.
O promotor de Justiça Maurício Antônio Ribeiro Lopes disse que os promotores de Justiça que fazem defesa do consumidor já entraram com ação pública contra a liberação do serviço. Mas o Poder Judiciário entendeu que o serviço não causa violação de dever. Para o promotor, cabe aos pais controlar os os filhos.
O padre Júlio Lanceloti, da Pastoral do Menor, acha que esse serviço é uma comercialização dos sonhos das crianças. "Isso pode causar uma frustração na criança, se o adulto não souber que ela ligou. No Natal, ela vai esperar o presente e não vai ganhar."
A psicóloga Adriana Machado disse que a orientação de estimular ou não a existência do Papai Noel é uma decisão dos pais. No caso de a criança insistir em ligar, os pais devem explicar que o serviço é pago.
O outro lado
A Folhinha ouviu empresas responsáveis pelo serviço. A supervisora Margareth Castro orienta as pessoas que conversam com as crianças pelo telefone 900-0025.
Margareth diz que este é o segundo ano que a empresa dela trabalha com o disque Papai Noel. "O interesse do programa é estimular os sonhos das crianças".
Uma equipe atende os telefones das 7h às 19h. Depois, é colocada a gravação de uma história. Margareth disse que há um tempo máximo para o bate-papo, cinco minutos.

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