São Paulo, sábado, 20 de dezembro de 1997
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Uma carta pro Papai Noel

FERNANDO BONASSI
ESPECIAL PARA A FOLHINHA

Brasil, 20 de dezembro de 1997.
Querido Papai Noel:
Eu sei que o seu serviço não é fácil. Eu e a minha turma ficamos imaginando o trabalho que dá ir a todas as casas bem na mesma hora.
A gente também imagina que, na manhã do dia 25, as renas que o senhor usa devem estar com dois palmos de língua pra fora!
Mas olha, comigo o senhor não precisa se preocupar, não. Eu já falei com o meu pai e a minha mãe, e eles mesmos vão trazer o presente que eu quero.
Vou contar pro senhor que o duro vai ser esperar até tarde no dia 24!
Não porque eu vou ter sono. Há tanta gente e tanta coisa pra comer e tanto nervoso esperando para abrir o presente que ninguém dorme.
Mas, bom, é o seguinte: apesar de o senhor só aparecer uma vez por ano, o senhor não é bobo e sabe o que acontece no Brasil.
As crianças aqui não vão bem. Não falta só presente. Falta escola, e muitas crianças trabalham...
Dizem que não é hora de lembrar essas coisas, mas não consigo evitar.
Então, eu pensei que, já que os meus pais vão dar o presente que eu pedi, o senhor podia dar o meu presente pra outra criança.
É! Podia dar pra uma criança que nem esteja esperando! Uma que ache que não vai ganhar nada.
Não vai atrapalhar o senhor, não é mesmo?
Bom, é só isso. Obrigado e até o ano que vem!
Um beijo do Fernando.

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