São Paulo, domingo, 21 de dezembro de 1997
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River tenta hoje o segundo campeonato em cinco dias

LÉO GERCHMANN
DE BUENOS AIRES

Brasileiros e argentinos compartilham hoje um mesmo sentimento. Nada a ver com as oscilações econômicas do Mercosul. Tudo a ver com a maior paixão dos dois países, motivo de idolatrias e gestos passionais: o futebol.
River Plate e Boca Juniors, os mais populares clubes portenhos, após sucessivas rodadas em que se isolaram na disputa pelo título, devem decidir hoje, em jogos paralelos, quem será o campeão da "Apertura" argentina de 98.
A única possibilidade de o River não ser campeão hoje é perder para o Argentinos Juniors e o Boca vencer o Unión, de Santa Fé.
Nesse caso, haverá jogo extra em estádio neutro, no dia 23. Os dois jogos começam às 18h45 (19h45 de Brasília), propositadamente definidos pela AFA (Associação de Futebol Argentino) para o mesmo horário. Os demais jogos da última rodada começam às 17h.
Até o presidente Carlos Menem, um dos mais ilustres torcedores do River, deu uma demonstração, no último domingo, do grau de envolvimento do país na decisão.
Em meio à reunião presidencial do Mercosul ocorrida em Montevidéu, a capital do Uruguai, na semana passada, Menem deixou todos os assuntos econômicos de lado e se fechou no quarto do hotel, para ver a transmissão intercalada dos jogos.
A reportagem da Folha, que estava no saguão do hotel, apurou que foi o momento mais tenso que ele passou durante todo o final de semana.
Cinco dias, duas taças
O River quer conquistar dois títulos com uma diferença de poucos dias. Na última quarta, ao derrotar o São Paulo em Buenos Aires, conquistou a Supercopa dos Campeões da Libertadores. Em seguida, passou a se concentrar para a partida de hoje.
"O destino diz que temos que ganhar tudo neste ano", afirmou o técnico do River, Ramón Díaz, em meio à festa pela conquista da Supercopa.
A guerra entre os técnicos, aliás, tem sido constante desde o último dia 25 de outubro. Nessa data, um dia antes das eleições legislativas que ocorreram no país, River e Boca se enfrentaram.
O River era líder isolado. O Boca venceu por 2 a 1. A festa se espalhou pela cidade. Para hoje, os torcedores do River, não tão numerosos quanto os do Boca, pretendem dar resposta à altura.
O técnico do Boca, Héctor Veira, disse que quer o River assim, confiante, para ser surpreendido pelo tradicional estilo guerreiro da sua equipe.

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