São Paulo, domingo, 21 de dezembro de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Crime e incêndio assombram área no centro

MARIANA PALUMBO
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Coincidências acontecem. Mas a história da primeira quadra da rua Santo Antônio, entre a praça da Bandeira e o viaduto Jacareí, no centro de São Paulo, é capaz de impressionar até os mais céticos.
Em 48, o químico Paulo Ferreira de Camargo, 26, matou a mãe e as duas irmãs e, depois de enterrá-las em um poço no quintal da casa, acabou se suicidando. Depois de 26 anos, no mesmo local, 189 pessoas morreram na tragédia do edifício Joelma.
Os 25 andares que pertenciam ao banco Crefisul arderam em 1º de fevereiro de 74. "Na época, o prédio não possuía nem escada de incêndio", diz Sebastião Souza, porteiro do prédio desde 79.
Reformado, o prédio funciona dentro de todas as normas de segurança. "Hoje, podemos dizer que a estrutura do prédio é uma das melhores da América do Sul", afirma Norival Mizukosi, funcionário da empresa que administra o imóvel.
Há dois anos, o prédio mudou de nome para edifício Praça da Bandeira, mas os relatos ligados ao incêndio continuam assustando alguns de seus usuários.
Recepcionista do edifício, Tatiane Brito do Nascimento, 18, afirma ser cética. Mas faz uma ressalva: "Não vou ao banheiro sozinha".
"O medo depende de cada um. Fico aqui à noite numa boa", diz o porteiro Souza. O prédio funciona 24 horas.
Valéria Freitas, 22, funcionária do Unibanco, uma das empresas locatárias, não se amedronta. "Não tenho nenhum receio. Nunca penso em coisas ruins, especialmente as que aconteceram aqui."
Apesar de negar qualquer tipo de receio, Alan Cardec, 29, auxiliar de correspondência, diz acreditar nos "fantasmas do Joelma".

Texto Anterior: REPERCUSSÃO
Próximo Texto: Corretor vive na casa onde casal foi morto
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.