São Paulo, domingo, 21 de dezembro de 1997 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
SANTUÁRIO DA GENTE . RACHEL DE QUEIROZ "No meu escritório ninguém entra. Nunca nenhum repórter entrou. Só eu e Letícia, minha secretária, é que temos acesso." Assim, a escritora Rachel de Queiroz, 87, se opôs a que o fotógrafo registrasse seu local de trabalho. E levou em pouca conta a insistência: "Não e não, ali é o santuário da gente. Não é lugar para as pessoas ficarem circulando. Além disso, é muito bagunçado". Na sala de visitas no apartamento do Leblon, no Rio, no entanto, avança em pequenas revelações. Computador? "Nunca consegui escrever com ele. Pude evoluir para a máquina elétrica. Creio que já foi um passo enorme." Escrever? "É uma chateação. Só escrevo quando sou obrigada. Sou mais jornalista que romancista. Nunca sacralizei a profissão de escritor." E "O Quinze", seu primeiro romance, escrito quando tinha 19 anos? "Tenho grande antipatia por este livro. Ele me persegue há quase sete décadas. Não o releio há 50 anos." RACHEL DE QUEIROZ nasceu em 1910 em Fortaleza (CE). Foi a primeira mulher a entrar na Academia Brasileira de Letras. É autora, entre outros, de "O Quinze" (Cia. Ed. Nacional), "Caminho de Pedras" (José Olympio) e "Memorial de Maria Moura" (Siciliano). Vive no Rio de Janeiro. Texto Anterior: BABEL BENDITA Próximo Texto: PERTO DO EPICENTRO Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |