São Paulo, domingo, 21 de dezembro de 1997
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Ativista lembra racismo dos anos 70

The Wall Street Journal
de Nova York

DO "THE WALL STREET JOURNAL"

A foto de 24 anos mostra um grupo de dez estudantes alegremente abraçados junto com seu professor, relata o diário.
"Mas que agitação havia naquela classe da Universidade do Norte da Flórida em 1973. O próprio nome do curso que eles faziam -Conflito Humano: Negros e Brancos- prenunciava problemas", diz o jornal. "Às vezes parecia que toda a questão racial dos EUA estava canalizada para aquela classe", segundo o "Wall Street".
Cinco estudantes brancos e cinco negros discutiam racismo em Jacksonville, uma cidade fortemente segregada.
"Eles gritavam uns com os outros, eles se amaldiçoavam, eles choravam", diz o jornal. "Às vezes você sentia que ia dar porrada em alguém a qualquer momento", disse ao "Wall Street" Michael Bennett, que à época era um pacifista cabeludo e barbudo, que aparece na foto abraçado a uma colega e um colega negros.
"Na classe, me tratavam como se eu fosse o típico racista branco", disse Bennett. Ann Hurst e Philip Mobley, que aparecem abraçados a ele na foto, eram dois de seus mais intensos adversários.
"Foi a abertura da minha mente", disse Bennett sobre o curso. "Antes, eu tentava encaixar todo mundo em minha pequena caixa de sapatos. Lá eu comecei a lidar com gente que não se encaixava. Eu tive que alargar minha caixa e meu mundo se tornou muito maior do que imaginara." O jornal comenta que "os rostos naquela foto e as vozes por trás deles ganham vida vibrantemente no momento em que o presidente Clinton tenta envolver o país num diálogo sobre raças".
A comissão de especialistas apontada por ele para debater o tema tem sido alvo de críticas ou desprezo. "A controvérsia é sobre se alguma conversa pode ser responsável por mudanças sociais."
Para o jornal, "os nove integrantes daquela classe de 73 ainda vivos dão provas de que o diálogo -ao menos o diálogo aberto, honesto, duro- pode ter um impacto para a vida inteira no que se refere a atitudes raciais".
Eles duvidam, porém, que o tipo de enfoque provocativo que se usava na época teria alguma chance em uma universidade dos EUA nesses tempos de correção política.

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