São Paulo, terça-feira, 23 de dezembro de 1997
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Assaltantes são reconhecidos por 19 vítimas

DA REPORTAGEM LOCAL

Dois integrantes da "gangue da batida" presos no sábado à noite, Antônio Augusto de Carvalho, 35, e Robson de Jesus Garcia, 19, foram reconhecidos oficialmente por 20 pessoas -19 vítimas e uma testemunha.
Os onze primeiros reconhecimentos ocorreram entre a noite de sábado e a tarde de domingo, no Depatri (Departamento de Investigações sobre Crimes Patrimoniais). Os outros nove ocorreram ontem. Uma outra vítima, L., 47, reconheceu os dois por fotos publicadas nos jornais.
Segundo a polícia, pelo menos duas vítimas também reconheceram Sérgio Henrique Lopes Baiza, 23, cunhado de Garcia, que foi preso junto com os outros dois.
Uma outra vítima, de acordo com o delegado Edson Soares, do Depatri, disse que, no dia em que foi atacada, a gangue estava acompanhada de uma mulher.
No entanto, a vítima não soube dizer se a mulher era a namorada de Carvalho, Maria Vitória da Silva, 39, que também está presa.
Segundo a polícia, das 19 vítimas que já estiveram no Depatri, pelo menos uma foi estuprada durante o assalto. A maioria das outras mulheres foi agredida e sofreu algum outro tipo de abuso sexual.
A Folha presenciou ontem o reconhecimento feito por três vítimas. Elas ficam numa sala separada e olham os presos por um buraco aberto na parede.
As três se mostraram bastante abaladas após olhar para os presos. Duas delas choraram. Situação semelhante aconteceu com a primeira vítima que reconheceu Garcia e Carvalho, ainda no sábado à noite, a publicitária P., 34.
"Assim que eu os vi, minhas pernas tremeram e eu precisei sentar. Os policiais me trouxeram água e eu olhei de novo. Senti uma mistura de alívio e de raiva. Alívio por vê-los presos e raiva por tudo o que fizeram comigo e com as outras mulheres", disse.
P. foi também a vítima que ajudou a polícia a fazer os retratos falados dos dois homens. O retrato de Carvalho ficou mais parecido com a realidade do que o de Garcia, que saiu mulato no retrato -na verdade ele é branco.
"Fazer o retrato leva cerca de quatro horas e é muito complicado lembrar de tudo", disse P.
Carvalho e Garcia admitem ter praticado os roubos, mas negam qualquer tipo de agressão ou abuso sexual contra as vítimas. Já Maria Vitória e Baiza negam qualquer envolvimento nos crimes.
Carvalho e Garcia também estão sendo acusados de uma tentativa de latrocínio -roubo seguido de morte-, ocorrida no último dia 9.
Segundo a polícia, os dois abordaram um casal com a tática da batida e atiraram no empresário W., que está internado e já passou por uma cirurgia. A mulher de W. reconheceu os dois presos ontem.

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