São Paulo, terça-feira, 23 de dezembro de 1997
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Carro-forte cai da balsa em Santos e afunda

FAUSTO SIQUEIRA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTOS

Um carro-forte com quatro ocupantes afundou por volta das 12h30 de ontem no canal do estuário de Santos (SP), depois cair da balsa onde viajava, no sentido Guarujá-Santos.
Quatro embarcações do Corpo de Bombeiros faziam buscas no local. Às 18h45, o carro-forte foi achado pelos bombeiros. Ele está com as rodas para cima, quase totalmente enterrado no lodo, no fundo do canal.
Eles estão se preparando para tentar içar o veículo com dois guinchos, com capacidade para dez toneladas cada. O carro-forte pesa sete toneladas.
Os quatro ocupantes do carro-forte da Prosegur são o motorista João Carlos de Jesus Souza, o chefe da equipe, José Erinaldo dos Santos, e os vigilantes João Batista dos Santos e Jorge Bueno.
O carro-forte era o único veículo transportado pela balsa FB-17 e deslizou no momento em que a embarcação fazia uma pequena curva no meio do canal, segundo o gerente de travessias da Dersa, Ricardo Gomes Goulart.
O veículo era transportado sozinho por medida de segurança, adotada desde que um carro-forte foi assaltado na balsa há cerca de um mês e meio.
Goulart disse suspeitar que o freio de mão do carro-forte não estivesse acionado. Os marinheiros que conduzem a balsa gritaram no momento em que viram o veículo deslizando, mas os ocupantes não ouviram.
Segundo o gerente da Dersa, há uma semana os tripulantes de uma balsa conseguiram evitar a queda de um outro carro-forte, avisando a tempo o motorista.
Buscas
Com o acidente, um dos atracadouros no lado do Guarujá ficou interditado, transformado em base dos bombeiros que realizavam as buscas. Três ambulâncias aguardavam no local.
O capitão do Corpo de Bombeiros Jerônimo Amâncio, que ontem comandava as buscas, disse que a profundidade do canal no ponto onde o carro-forte caiu é de 18 a 20 metros.
Os bombeiros utilizavam um equipamento chamado garatéia para localizar o carro-forte, já que a água do estuário, muito turva, dificulta a visualização do fundo e prejudica o trabalho dos mergulhadores.
O equipamento é um gancho com várias pontas, semelhantes a grandes anzóis. O barco faz um arrastão no fundo do mar com o equipamento, na tentativa de que uma dessas pontas se enganche no carro-forte. Foi com esse aparelho que eles conseguiram achar o veículo.
Ele disse que tinha esperança de que um bolsão de ar pudesse ter se formado dentro do veículo, mantendo vivos os ocupantes.
Segundo o capitão dos bombeiros, o caso semelhante mais recente ocorreu há cerca de um ano. O carro que afundou não foi encontrado, mas o corpo do motorista apareceu boiando na superfície.
A Agência Folha tentou na tarde de ontem manter contato com a gerência da Prosegur Brasil, dona do carro-forte, mas não obteve resposta.

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